A ansiedade pela obtenção do sucesso e o imediatismo para se ter reconhecimento são fatores que dificultam o êxito profissional, como ressaltou o consultor Max Gehringer, em sua palestra durante 6º Encontro do Projeto União Faz a Vida, promovido pelo Sicredi em Cuiabá essa semana.
O comentarista do programa Fantástico, da rede globo, ressalta que antigamente a mudança constante de emprego não era bem vista pelos empregadores. Os anos se passaram, mas a premissa não mudou. Se antes as pessoas trocavam de emprego por serem demitidas, hoje elas mesmas pedem a demissão quando percebem que “seus esforços” não estão sendo reconhecidos.
“Uma pessoa entra no emprego e já quer ser reconhecida e valorizada em seis meses. Mas isso dificilmente acontece e ela se desanima e troca de trabalho. Os profissionais de hoje têm muita pressa, mas o ambiente corporativo exige paciência”, alerta o palestrante.
Ele ressalta também que a pessoa bem articulada e que tem um bom relacionamento com os demais colegas de trabalho tem as chances multiplicadas numa oportunidade de promoção, quando comparada com alguém altamente qualificada tecnicamente.
A técnica qualquer um aprende, mas o carisma e o respeito vêm de dentro de cada um. Mais do que acumular diplomas é preciso priorizar o respeito ao próximo, a solidariedade e os valores essenciais para um bom convívio social.
“É possível que essa geração seja melhor do que as anteriores, caso haja uma continuidade de um programa social e educativo como esse, pois as pessoas realmente se importarão com o próximo, em colaborar e em contribuir”, elogia Max o projeto União Faz a Vida do Sicredi.
Gehringer assevera, ainda, que apesar do grande avanço das tecnologias, das redes sociais e da internet, as grandes coisas que os trabalhadores farão em sua carreira ainda serão pessoalmente, com contato visual.
“Seja pedir um aumento, uma entrevista de emprego, fazer uma aliança, isso vai ser ao vivo. Talvez a gente fale 5% do tempo, mas isso representa 99% das coisas importantes que vamos, ou não, conseguir. Por isso é importante o exercício de cada um estar lado a lado, não isolado em sua casa ou no seu mundo virtual e tecnológico”, frisa Max ao Mato Grosso Econômico.
Segundo o consultor, as empresas de hoje funcionam da mesma forma como antigamente: com hierarquia, prazos e metas. É preciso que o profissional entenda que ele não vai ser promovido ou terá uma ótima oportunidade logo de imediato, muito menos uma promoção. Num tempo onde tudo tem que ser “para ontem”, esse cenário frustra algumas pessoas que trocam de emprego rapidamente. “Nem todo mundo vai ser promovido. Cerca de 10% a 15% das pessoas que entram no mercado de trabalho serão promovidas uma vez. Duas vezes, o número vai diminuindo”, pontua.
Esse senso de emergência tende a ser prejudicial para a carreira, uma vez que o jovem entra na empresa querendo ser a promessa, mas as coisas não acontecem como o previsto. Dali a seis meses ele troca de emprego e ao fim de três anos já acumula seis experiências profissionais e um currículo nada promissor. Tantos trabalhos em tão pouco tempo não são bem vistos pelos contratantes e podem comprometer toda a carreira que vem pela frente.
“Esses jovens têm tanta coisa para fazer e para mostrar, basta ter um pouco de paciência para que as coisas aconteçam”, completa Max Gehringer à reportagem do Mato Grosso Econômico.
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