“O Banco Central (BC) vê a política monetária apertando nos países. Nos países desenvolvidos, esperam-se ainda maiores apertos para frente”. A afirmação é do diretor de expectativas de inflação do Banco Central (BC), Diogo Guillen. “As taxas de juros ainda estão em campo expansionista em parte dessas economias [avançadas]”, disse em evento promovido pelo Credit Suisse.
Com exceção à Rússia, o diretor do BC disse ver um aperto das condições financeiras no mundo. “Não é só alteração da taxa curta [de juros]”, falou em sua apresentação. “Há aperto nas condições financeiras para além da taxa de juros”.
Durante a apresentação, Guillen também afirmou que o mercado de trabalho brasileiro segue em recuperação, com os últimos dados do governo mostrando desocupação caindo de forma rápida. “Com esses dados de mercado de trabalho e crescimento forte no primeiro semestre, temos visto o crescimento sendo revisto para cima em 2022, mas o crescimento sobre 2023 e 2024 caindo em função de política monetária e de [outros] fundamentos”, disse.
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O crescimento [econômico], afirmou, veio acima do esperado e o rendimento [do trabalho] reprimido em relação ao pré-pandemia. “[Crescimento acima do esperado] em parte é transitório, com normalização pós-pandemia, despoupança e medidas fiscais transitórias”, ponderou o diretor.
INFLAÇÃO INCOMPATÍVEL COM RENDA – Guillen afirmou que o IPCA de 12 meses está rodando em níveis altos, incompatíveis com o cumprimento da meta estabelecida pela autoridade monetária. “Na margem, o setor de serviços têm sido enfatizado [para cima], enquanto há uma redução na parte de administrados”, disse em evento promovido pelo Credit Suisse.
No evento, o diretor disse que, abrindo esses componentes e olhando os núcleos, “a gente vê que os comportamentos persistem”. “[Temos] Núcleos rodando em níveis altos nos últimos meses e índice de difusão muito alto, que pode ter caído um pouco na margem, mas em níveis muito altos”.
REDUÇÃO DOS IMPOSTOS DOS COMBUSTÍVEIS – Ao destacar as expectativas de inflação para os próximos anos, Guillen destacou uma queda na margem, em 2022, em razão das mudanças na tributação sobre combustíveis e energia a partir de projetos aprovados pelo Congresso Nacional. “Temos a expectativa de 2022 caindo na margem, em função das mudanças de impostos de energia e combustíveis“, disse o diretor do BC ao final de sua apresentação.
INFLAÇÃO ALTA EM MUITOS PAÍSES – Guillen afirmou que a autoridade monetária tem observado aumento das expectativas de inflação em quase todos os países. “Depois da subida da inflação cheia, veio a elevação dos núcleos nas principais economias”, disse. “[Vemos isso em] Núcleos nos países avançados, especialmente nos Estados Unidos.”
Parte disso, segundo o diretor, é por conta de um mercado de trabalho mais forte. Na apresentação, ele reiterou que, em países da América Latina, há a observação de 2022 e 2023 acima da meta [de inflação]. “É um desafio global de tratamento das inflações e das expectativas de curto e médio prazos.”
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