“Antes da imersão na cultura americana eu me contentava com meu inglês, mas, depois dessa experiência, não mais. Agora quero aprender mais coisas, ir além, viajar e descobrir um mundo de aprendizado e oportunidades”. Os planos do estudante do programa Conexão Mundo, Rafael Bueno, ainda vão além. Após 15 dias nos Estados Unidos a intenção é voltar para cursar a faculdade e trabalhar no país. Aos 17 anos, ele está entre os três mato-grossenses, do grupo de 80 brasileiros, selecionados para a viagem de intercâmbio, que foi oferecida gratuitamente pelo Serviço Social da Indústria (Sesi-MT) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-MT), em parceria com o US-Brazil Connect.
“Conseguir essa viagem foi uma meta que eu tive o ano todo e dei o melhor de mim para alcançá-la. O mercado de trabalho pede isso cada vez mais: pessoas qualificadas e capacitadas que buscam se empenhar para fazer o melhor. E o programa me ajudou muito neste sentido. A viagem realmente mudou a minha vida e espero que mais estudantes possam ter a oportunidade de mostrar seu potencial e conquistar essa experiência”, relata o estudante, que finalizou neste ano o Ensino Médio no Sesiescola Cuiabá e o curso técnico em Informática para Internet, no Senai.
Única garota da equipe de Mato Grosso, Nadyne Ferreira, de 17 anos, conta que durante a viagem não apenas aperfeiçoou o inglês como também aprendeu valores para a vida toda. “Essa é a proposta do Conexão Mundo: abrir nossas mentes para o mundo, que nos faz cidadãos melhores e profissionais mais dedicados”, avalia a futura assistente social, que destaca a parte mais marcante da imersão: as pessoas. "Fiquei com uma host family maravilhosa. Foi difícil dizer adeus, pois eles me acolheram de uma maneira muito especial. Fizeram com que eu realmente me sentisse parte da família. Sem contar os amigos que fiz dos outros Estados do Brasil”, conta Nadyne.
Para a adolescente, que se formou no Ensino Médio e no curso técnico em Informática para Internet do Senai, é totalmente diferente falar inglês em um país onde esta é a língua oficial. “Afinal, você está onde todos já nasceram falando inglês. Às vezes eles falavam palavras que jamais tinha ouvido, ou as pessoas acabavam falando rápido demais. Nos primeiros dias foi um choque. Mas isso serviu para que eu pudesse aperfeiçoar o meu vocabulário e aprender novas palavras. Um desafio que valeu a pena ser enfrentado”, destaca.
Mais novo do trio mato-grossense, Luis Henrique Garcia, 16 anos, considera a vivência como diferencial para o mercado de trabalho, tanto pelo conhecimento da língua inglesa quanto pela experiência de estar em outro país. "Aproveitei muito e a vivência atendeu minhas expectativas. Mudei meu jeito de ser, de ver as coisas, as pessoas ao meu redor e de como me comportar”, conta o estudante do segundo ano do Ensino Médio do Sesiescola de Várzea Grande e do curso técnico em Logística no Senai.
Evolução do aprendizado
De acordo com a coordenadora do programa em Mato Grosso, Lucimara Polisel, o diferencial desta segunda participação do Estado no Conexão Mundo foi a possibilidade de conhecer mais de perto a cultura americana. “Com a host family eles puderem treinar o inglês e viver como os americanos. A convivência é extremamente saudável e contribui imensamente para a evolução do aprendizado da língua, sobretudo a linguagem coloquial, algo que não é ensinado em escolas”, conta Polisel.
Além disso, eles também tiveram contato com 30 alunos que foram voluntários, visitaram universidades, bibliotecas e foram até as montanhas esquiar. ”Tudo isso, certamente, eles levarão para a vida e para o trabalho, onde também serão testadas suas habilidades de conversação e adaptação”, ressalta a coordenadora, que foi responsável pelos alunos de Mato Grosso (03) e Mato Grosso do Sul (06) durante os 15 dias.
O programa
O programa desenvolvido pelo Sesi-MT e o Senai-MT, tem o objetivo de melhorar a qualificação dos jovens profissionais brasileiros, de uma forma diferente e muito mais dinâmica. Para fazer parte do programa os alunos deviam estar matriculados no Ensino Básico articulado com Ensino Profissionalizante (Ebep), modalidade oferecida nas turmas do Ensino Médio do Sesiescola de Cuiabá e Várzea Grande desde 2011, em parceria com o Senai-MT.
Ao todo foram três etapas, sendo que a primeira a distância, em que os alunos desenvolveram suas atividades por meio do Facebook, Google e hangout. Já a segunda fase foi presencial e contou com a presença de sete coaches americanos no Brasil. A terceira e última etapa também foi a distância, com a conclusão das atividades via plataforma online, seguidas da redação final e entrevista para avaliação do perfil.