Usando sua rede social, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), mandou um recado direto para o presidente da França, Emmanuel Macron, em relação à Ferrogrão. “Não aceitaremos interferências externas em nossas terras e em obras tão importantes quanto a Ferrogrão! Mato Grosso se orgulha de ter uma das agriculturas mais competitivas e sustentáveis do planeta. A eficiência do nosso setor agrícola incomoda, e é por isso que determinadas vozes internacionais, como a do presidente Macron, parecem se opor ao nosso progresso”, defendeu. Ainda sobre o assunto, Mendes afirmou: “Se ruim para o Macron, pode ter certeza que é bom para o Brasil e para o agronegócio brasileiro”.
Na semana passada, em visita ao Brasil, o francês se posicionou contra a construção do modal, alinhando sua ideologia ao discurso do cacique Raoni, que presente ao mesmo evento, pediu para o presidente Lula mão desse mais seguimento ao projeto férreo, conforme divulgado pelo MT Econômico.
A Ferrogrão vai ligar Mato Grosso ao Pará – Sinop (500 km de Cuiabá), em Mato Grosso, ao porto de Miritituba, no Pará – e se tornar um modal importantíssimo para o escoamento da produção agropecuária, especialmente a mato-grossense, já que Mato Grosso é o maior produtor de grãos e pluma de algodão do Brasil e detentor do maior rebanho bovino de corte do país.
Mauro afirmou que o presidente visa interesses próprios e por isso tenta impedir a Ferrogrão, alegando suposta “insustentabilidade” no projeto. Em entrevista à imprensa, Mauro afirmou que o governo francês age com objetivos econômicos, querendo impedir o desenvolvimento do agronegócio brasileiro. Além disso pontuou que a França e a Alemanha têm, juntas, o mesmo tamanho que Mato Grosso, e possuem uma malha ferroviária muito maior do que a do Estado.
“Vamos falar honestamente aqui, a França e a Alemanha, juntas, têm o mesmo tamanho que o estado de Mato Grosso, 900 mil quilômetros quadrados. A França e a Alemanha, juntas, têm 70 mil quilômetros de ferrovia. Nós com o mesmo tamanho da Alemanha e da França juntas, temos pouco mais de 200 quilômetros de ferrovia e queremos construir aí mais mil quilômetros. Vem o senhor Macron dizer, aqui no Brasil, que ele é contra?”, questionou o governador.
O governador pediu ainda para que Macron apresente e debata tecnicamente a sustentabilidade do projeto da Ferrogrão. “Vamos ver se eles têm argumento para demonstrar que essa ferrovia não é sustentavelmente, ecologicamente viável”, desafiou.