O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, propôs ‘frear’ o parcelamento sem juros no cartão de crédito para tentar controlar a inflação, ao reduzir o retroativo do cartão de crédito que pode chegar a quase 440%.
O MT Econômico preparou essa matéria para explicar a fala da autoridade monetária e os possíveis impactos, caso seja aceita essa proposta.
Campos Neto realizou a proposta, ao Senado ontem (10) e voltou a repeti-la hoje (11), pela manhã. A ideia da autoridade monetária é inserir uma taxa nas compras realizadas através do cartão de crédito que forem parceladas.
Em junho deste ano, o crédito rotativo chegou a 437,3%, maior valor para o mês, desde 2016, essa modalidade é realizada quando o usuário não consegue pagar a fatura total até o vencimento.
De acordo com Campos Neto, “Nosso objetivo é trazer a inflação para baixo, criando o mínimo possível de decréscimo em crescimento, emprego e crédito. Poucos países conseguiram trazer a inflação para baixo como o Brasil trouxe, com revisão de crescimento do PIB para cima, redução de desemprego e recuo pequeno no crédito”, disse hoje pela manhã, em evento no Paraná.
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Hoje estima-se que o parcelamento sem juros pelo cartão represente cerca de 51% das vendas no comércio. Além de ser o principal meio de famílias de baixa e média renda conseguirem adquirir eletrônicos e eletrodomésticos, além de outros móveis.
Segundo dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), 75% dos usuários de cartão de crédito parcelam as suas compras.
Atualmente, os brasileiros possuem um cartão de crédito para necessidades básicas, como o gás acabar no fim do mês ou precisar comprar um medicamento de última hora.
Caso a proposta seja aceita pelo governo, haverá queda nas compras, o que causaria impacto negativo no setor de comércio e na indústria. Ou seja, a economia pode voltar a ficar estagnada, como ocorreu durante a pandemia.
O presidente do BC afirmou que a discussão do rotativo vem sendo feita junto com o Ministério da Fazenda e disse ter levado “puxão de orelha” por falar sobre, antes que a proposta estivesse finalizada.
“A nossa ideia era fazer um plano onde passasse por ter um parcelamento, ou seja, não ter o rotativo, de tal forma que a gente conseguisse equilibrar os números para o produto. Não temos os detalhes, tomei um puxão de orelha depois que falei. Nos próximos dias vamos ter um formato mais decisivo”, afirmou.
A afirmação de Campos Neto é que caso ocorra o fim dessa modalidade, o juros mensal do retroativo cairiam de 15% para 9%, o que ainda é um valor alto.
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