Mato Grosso pode ampliar seus negócios com a China, que é o principal importador dos produtos do estado. As perspectivas e oportunidades de negócios entre os chineses e os mato-grossenses foram apresentadas na manhã desta sexta-feira (26.03) durante uma webinar realizada pelo Governo de Mato Grosso.
"Se depender do governo estadual, dos empresários, especialmente do setor rural, o fluxo de comércio e de investimento agropecuário e agroindustrial serão ampliados através de parcerias que serão benéficas para a China e para Mato Grosso", declarou o secretário César Miranda, da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
Na webinar, foram apresentados dados do Observatório de Desenvolvimento, da Sedec, que mostram que a China, com 18,53% da população do mundo, é o principal cliente de Mato Grosso. Em 2020, foram exportados ao país asiático US$ 67,8 bilhões em mercadorias do Brasil, desses US$ 5,45 bilhões são oriundos de Mato Grosso.
No ano passado, 29,9% das exportações mato-grossenses foram para os chineses e 12% é a participação do país asiático na pauta de importações do estado. Soja em grão, carne, algodão e produtos florestais são os principais itens produzidos em território mato-grossense vendidos para os chineses.
“Podemos aumentar e diversificar nossos negócios. Já temos potencial na área de commodities e podemos vender para China produtos manufaturados, ou seja, com valores mais agregados, que gerarão mais valor à nossa agropecuária, fomentará a novas vagas de emprego e pulverizará a economia com maior distribuição de renda a todos os mato-grossenses”, afirmou o secretário.
Em sua apresentação, César Miranda mostrou a grandeza da China e de Mato Grosso. Os números superlativos mostram que ambos estão interligados por conta de crescimento em várias ordens nos últimos anos e por uma aliança histórica de um futuro promissor. Segundo o secretário, enquanto o estado vem crescendo na produção agrícola, principalmente de proteínas animais e vegetais, a China vem ascendendo na área industrial e tecnológica.
“Atualmente a China é destaque em relações comerciais, com grande participação em instituições internacionais e investimentos em áreas de desenvolvimento em diversas partes do mundo. O foco para nosso estado está na previsão da elevação dos consumidores chineses que abre muitas oportunidades de negócios. ”
Os participantes do evento puderam também saber mais sobre os caminhos para abrir um negócio na China, sobre a legislação e as vantagens de expandir negócios com os asiáticos. Para o consultor de Negócios Internacionais da CW CPA, empresa de consultoria e contabilidade com escritórios na China continental e Hong Kong, Rafael Fraga, os empresários de Mato Grosso tem um mercado gigantesco de produtos alimentícios que pode ser mais explorado.
Conforme o consultor, a importação agrícola na China continuará crescendo porque eles não conseguem suprir a demanda interna por alimentos. “Capacidade de consumo para China é enorme, é um mercado em crescimento. Eles precisam cada vez mais de alimentos do ocidente, um dos fatores disso é a grande apreciação de produtos estrangeiros na China. Está acontecendo lá a ocidentalização por acusa da rápida mudança nos gostos e hábitos da população chinesa. ”
Os fatores prós e os contra para se fazer negócio com a China foram apresentados por Rafael Fraga. Um dos caminhos sugeridos pelo consultor é negociar através de uma trading company, recomendado para pequenas empresas. “É um caminho que é mais simples e facilita, porém, o percentual de rentabilidade é mais baixo. Abrir uma empresa na China ou em Hong Kong pode dar mais possibilidades de expansão e conseguir vantagens tributárias. Outro caminho é cross-border e-commerce, bom para testar a aceitação do produto na China. É muito bom para quem quer começar no mercado chinês”.
De acordo com o consultor são necessários três passos para negociar na China: planejamento com estudo de viabilidade de mercado; estudo da viabilidade da instalação para a abertura da empresa; projeto para promoção e vendas dos produtos. “O maior de todos os obstáculos para alcançar o mercado chinês é a falta de preparação”, enfatizou Rafael Fraga.
O comércio on-line ou e-commerce também foi pauta da webinar. Esses assuntos foram mostrados por Ana Claudia Barbosa, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). Para ela, são ramos em expansão na China e oportunidade para os empresários que enxergam no mercado chinês uma oportunidade de ampliação de seus negócios. "
“Decisão estratégica, planejamento, preparação, são requisitos essenciais para exportar para a China. Ter um posicionamento adequado da marca e do produto é algo que precisa ser muito considerado. Como promover seu produto diante deste mercado gigante e altamente tecnológico. O chinês compra muito através do comércio on-line”, explicitou Ana Claudia.
Para os analistas há muitas possibilidades de investimentos chinês no estado de Mato Grosso, algo que já vem se consolidando há alguns anos. Frigorífico é um dos setores em que eles têm grande participação. Segundo eles, o agronegócio como um todo poderá receber investimentos dos chineses, já que eles primam pela segurança alimentar da sua população.
A Webinar “Oportunidades para o Agronegócio na China” foi coordenada pelo Governo de Mato Grosso, através da Coordenadoria de Comércio Exterior da Sedec, e foi apresentada por Ariana Guedes, servidora do estado que está em missão internacional na China desenvolvendo demandas que representam oportunidades para Mato Grosso com o mercado asiático.