De acordo com análises do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as vendas de carne bovina para a China ainda não reagiram, mesmo após o fim do embargo sanitário e comercial. Se baseando em dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), é possível afirmar que a redução de dias úteis em abril afetou as negociações.
Os envios de carne bovina recuaram 25,59% em abril ante março em Mato Grosso, com 34,56 mil Toneladas em Equivalente de Carcaças (TEC). “Somado ao fato de menos cinco dias úteis em abril ante ao mês anterior, a China também importou 42,45% a menos que em março, com total de 9,8 mil TEC”.
Como apontam os analistas do Imea, o embargo chinês findou-se no final de março, mas as atualizações de contratos e as novas negociações foram lentas no início de abril, “fato que limitou os envios diários”. Por outro lado, países como Egito e Emirados Árabes Unidos apresentaram avanço de 13,78% e 99,95% no volume importado ante a março e somaram 5,57 e 3,21 mil TEC, na mesma ordem.
“Em anos anteriores, o primeiro quadrimestre era responsável por cerca de 30% do volume anual, contudo, os embarques de 2023 apresentaram recuo de 8,42% ante o mesmo período de 2022. Assim, se perdurar o cenário de queda nos envios, a redução no ritmo neste início de ano pode acarretar o fechamento anual inferior ao de 2022”, avaliam.
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OCIOSIDADE REDUZ – A oferta de animais terminados no mercado continua em alta em Mato Grosso e, apesar da redução de 4,20% nos abates realizados dentro do estado (com o total de 445,49 mil cabeças) em abril ante a março, a média de abates diários no último mês foi 51,33% maior que no mesmo período do ano passado. “Nesse sentido, as indústrias operaram com menor ociosidade frigorífica, de modo que a utilização da capacidade frigorífica real no Estado foi de 94,46% em abril, valor 13,18 pontos percentuais (p.p.) acima da média da utilização na série histórica”.
As regiões centro-sul e sudeste do Estado, que juntas somam 51,33% dos abates realizados, abateram 8.124 e 4.554 cabeças/dia, respectivamente. O aumento nos abates já era esperado, devido ao início da estiagem, e com o começo da entressafra de capim, a tendência é que o setor industrial continue operando com menor ociosidade no curto prazo.