A recuperação de pastagens degradadas, o sistema de plantio direto, tratamento de dejeto de animais, florestas plantadas e a integração Lavoura-Pecuária-Floresta são os instrumentos utilizados para que o setor agropecuário de Mato Grosso reduza as emissões de gases de efeito estufa até 2035. As medidas constam no Plano ABC+, estão em uso no campo e serão ampliadas para chegar à meta estipulada pelo governo do Estado até 2035.
No Plano Estadual ABC+, Mato Grosso se comprometeu em recuperar 3,82 milhões de hectares de pastagens degradadas, alcançar 1,3 milhão de hectares no sistema de integração de lavoura, pecuária, floresta e a terminação de 750 mil cabeças de bovinos em sistema intensivo.
Nessa semana, cerca de 150 pessoas – entre produtores rurais, servidores públicos, pesquisadores e profissionais da agropecuária – se reuniram no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), para discutir o Plano Estadual ABC+, que envolve cerca de 30 entidades.
O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, destacou que o diferencial do Estado é que os produtores rurais são arrojados, usando a ciência para desenvolver as atividades com mais produtividade e sustentabilidade do planeta, e também transformar Mato Grosso em um gigante do agronegócio, além de serem muito organizados em sindicatos, associações e federações.
César ressaltou também que o Estado saiu na vanguarda ao ser o primeiro Estado a apresentar o Plano Estadual ABC+ com metas claras para redução de emissão de gases de efeito estufa pela agropecuária. “O Brasil e o mundo não conhecem o que fazemos em Mato Grosso. É motivo de orgulho produzir o que produzimos preservando 62% do nosso território”, disse.
O presidente da Famato, Vilmondes Tomain, contou que o setor produtivo já iniciou os processos contidos no Plano ABC+ há muito tempo, como a prática do plantio direto que consolidou a posição de Mato Grosso como um dos maiores produtores agrícolas do país. “Isso é uma forma de sequestro de carbono, de respeitar a natureza. Quando você aumenta a produtividade, você diminui a área plantada e o aproveitamento das áreas de pastagens degradadas para a produção de grãos é um ganho de sustentabilidade, pois você aumenta a área com a conversão de áreas de pastagens”, comentou.
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Ele ponderou que o setor precisa ser mais visto como sustentável, pois na prática já é, sendo inclusive reconhecido pelo próprio governo do Estado. Mas a informação do que é feito pelo setor agropecuário e o que de fato chega para a sociedade é onde reside o problema.
“A dificuldade é mostrar o que somos, como fazemos a prática na propriedade, nós temos números. Esperávamos que o rebanho iria reduzir com a conversão da área da pecuária em agricultura, mas nosso rebanho cresceu, houve aplicação da tecnologia nas fazendas. A prática da evolução e da sustentabilidade vem ocorrendo e trazendo benefícios para questões econômicas e ambientais. Tenho certeza que o Estado vai atingir as metas do Plano ABC+. O agricultor quer esse benefício e vai cumprir”.
O coordenador de Gestão e Inteligência em Sustentabilidade do Ministério da Agricultura e Pecuária, Rodrigo Moreira Dantas, frisou que este é o segundo ciclo do Plano da Agricultura de Baixo Carbono, que inicialmente foi implantado em 2010.
“As práticas são utilizadas há cerca de 40 anos pelo setor produtivo. São necessários alguns ajustes, mas o nosso desafio é trazer o Plano ABC + ao cidadão, para que as pessoas conheçam que o setor produz com respeito ao meio ambiente, com práticas que trazem produtividade e sustentabilidade”.
Rodrigo apontou que ao produzir dentro das regras do Plano ABC+ com a integração lavoura-pecuária, o gado de leite pode produzir até 20% mais e produzir 40 vezes mais embriões.
Ele destacou ainda que a tecnologia pode trazer melhor desempenho para a atividade agropecuária, além de mitigar gases de efeito estufa. “A produção sustentável é a base do Plano ABC+. A sociedade precisa entender que a nossa produção tem alta eficiência, baixo custo e máxima produtividade”.
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