A Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) avaliou como positivo o anúncio do governo federal ao estabelecer um plano de desenvolvimento para o setor com o programa “Nova Indústria Brasil”. A disponibilidade de recursos, na ordem de R$ 300 bilhões em financiamentos, reforça a importância e destaque do setor para o crescimento da economia brasileira.
“Esta medida é um avanço porque há uma sinalização clara de que a indústria brasileira está sendo colocada como estratégica para o desenvolvimento do país”, ressalta o presidente da Fiemt, Silvio Rangel.
“É preciso uma política clara e consistente de desenvolvimento industrial e estamos vendo o começo deste processo com o anúncio desse programa. Para Mato Grosso, dentro das linhas de trabalho anunciadas, temos grandes nos eixos das cadeias agroindustriais digitais e sustentáveis, infraestrutura, transformação digital e bioeconomia”, pontua.
Conforme o presidente, a Fiemt irá acompanhar de perto o programa para auxiliar a indústria de Mato Grosso a acessar os recursos e benefícios disponíveis e, assim, aumentar sua produtividade e competitividade no mercado nacional e internacional.
Mato Grosso tem um parque industrial de 12 mil empresas, gerando mais de 165 mil postos de trabalho, de acordo com dados compilados pelo Observatório da Indústria da Fiemt. Dessas, somam 2.653 estabelecimentos agroindustriais em todo o estado que são responsáveis por empregar 77.915 funcionários.
FINANCIAMENTO – Os R$ 300 bilhões serão disponibilizados em linhas de crédito específicas, sendo R$ 271 bilhões na modalidade reembolsável e R$ 21 bilhões de forma não-reembolsável – além de R$ 8 bilhões em recursos por meio de mercado de capitais. O valor será gerido pelo BNDES, Finep e Embrapii.
METAS ASPIRACIONAIS – O plano “Nova Indústria Brasil” pretende aumentar a participação do setor agroindustrial no PIB agropecuário para 50% e alcançar 70% de mecanização dos estabelecimentos de agricultura familiar, com o suprimento de pelo menos 95% do mercado por máquinas e equipamentos de produção nacional, garantindo a sustentabilidade ambiental.
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REPERCUSSÃO – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que o governo brasileiro está no caminho certo ao lançar uma nova política de neoindustrialização.
Vice-presidente da CNI e representante da entidade na cerimônia de lançamento, Leonardo de Castro, ressaltou a importância de contar com o setor público no processo de retomada da indústria brasileira e reafirmou o compromisso da CNI com a agenda. “Esse é o anúncio de uma política pública moderna, que redefine escolhas para o desenvolvimento sustentável, com mais investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos, por meio da neoindustrialização“, disse.
“A indústria brasileira precisa de instrumentos modernos e semelhantes aos que promovem a indústria nas nações líderes. É preciso recolocar a indústria no centro da estratégia de desenvolvimento, para que possamos retomar índices de crescimento maior e poder ofertar um caminho consistente e alinhado com o que os países desenvolvidos fazem”, completou.
Diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Rafael Lucchesi, avaliou a nova política industrial como muito positiva. Para ele, o conjunto de programas inseridos nas missões de política industrial têm potencial para permitir que o Brasil aproveite as oportunidades trazidas pela necessária descarbonização da economia, permitindo que o setor industrial brasileiro lidere o processo de desenvolvimento sustentável com inclusão social e redução das desigualdades.
“Nós vemos no mundo hoje uma grande janela de oportunidade para a descarbonização das cadeias produtivas brasileiras em torno da indústria verde, num contexto em que o Brasil apresenta diversas oportunidades. Temos vantagens para avançar nas atividades econômicas que mais agregam valor, como as economias desenvolvidas têm feito por meio de políticas industriais modernas”, afirma.
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