O governador Pedro Taques (PSDB) resolveu decretar intervenção por 180 dias no contrato firmado entre o Detran-MT e a empresa EIG Mercados.
Essa empresa está sendo alvo de investigação conforme a Operação Bereré com envolvimento de deputados estaduais como Eduardo Botelho e Mauro Savi em que teriam sido desviados cerca de R$ 27 milhões, de acordo com a delação do ex-presidente do Detran-MT Teodoro Moreira Lopes, o Doia.
Segundo o Decreto publicado nesta quarta-feira (04) no Diário Oficial, o processo de intervenção será conduzido pelo interventor Augusto Sérgio de Sousa Cordeiro. “Fica decretada a intervenção do Estado de Mato Grosso no serviço público de registro dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor no Estado de Mato Grosso, concedidos por meio do Contrato de Concessão de Serviço Público nº 001/2009, pelo prazo de 180 (cento e oitenta) dias, prorrogável”, diz o decreto.
Conforme o controlador geral do Estado, Ciro Rodolfo Gonçalves, a Santos Treinamentos, empresa supostamente de “fachada” utilizada pela EIG para a lavagem do dinheiro desviado, também será alvo de um processo de responsabilização.
O governo quer assegurar a continuidade do serviço de registros no Detran e a partir de hoje(04) todas as taxas de alienação pagas pelo contribuinte de seu veículo irão para o governo. A empresa não receberá mais nada, segundo o controlador.
A investigação do Detran, proveniente da Operação Bereré, tem como base a delação premiada do ex-presidente da autarquia, Teodoro Moreira Lopes, o Doia e também as delações do ex-governador Silval Barbosa e seu irmão, o empresário Antônio da Cunha Barbosa Filho, conhecido como Toninho Barbosa. Os responsáveis pela investigação afirmam que pelo menos R$ 27 milhões foram desviados.
A Operação Bereré foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) e Núcleo de Ações de Competência Originária (Naco). Foram expedidos 49 mandados de busca e apreensão. Entre os alvos estão os deputados Eduardo Botelho e Mauro Savi.