Empresários, associações e lideranças do setor público e privado de Mato Grosso participaram nesta quinta-feira (31), do workshop “Juntos por Mato Grosso nos Trilhos”. Organizado pelo instituto Euvaldo Lodi (IEL MT) em parceria com a Rumo, responsável pela construção da Ferrovia de Integração Estadual de Mato Grosso, o evento foi conduzido por profissionais das áreas de engenharia, segurança, meio ambiente e suprimentos da concessionária.
O encontro aprofundou os principais desafios que o setor econômico e a classe empresarial terão pela frente para a execução das obras da nova ferrovia. Com 743 quilômetros de extensão, a nova ferrovia vai interligar Rondonópolis, Lucas do Rio Verde e Cuiabá, passando por 16 municípios, entre eles Nova Mutum. A estimativa é que sejam investidos entre R$ 9 bilhões e R$ 11 bilhões.
Trata-se de uma obra considerada de grande complexidade, não somente pela área de abrangência, mas também pela infraestrutura e mão de obra necessárias. O presidente da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), Gustavo Oliveira, destacou a importância do evento para o planejamento prévio de um projeto histórico para o Estado.
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“É um sonho de décadas saindo do papel pelas mãos da população de Mato Grosso. A ferrovia não deixará apenas um legado para o transporte de cargas no futuro: ela já começa com a capacitação da mão de obra local e certamente vai gerar muitos empregos ao longo da execução do projeto nos próximos anos”, afirma.
Os estudos do Observatório da Indústria da Fiemt apontam um “choque” de desenvolvimento na fase de implantação dos trilhos entre o Sul, capital e Médio-Norte do estado. Somente na fase de construção do empreendimento estima-se a geração de pelo menos 165 mil empregos no estado.
Desse total, 91 mil devem ser diretos, cerca de 36 mil indiretos e 35 mil induzidos (ou seja, aqueles gerados por conta da melhora da renda das famílias mato-grossenses, que terá como consequência a criação de ainda mais empregos).
Outro ponto destacado pelo presidente da Fiemt, foi a importância do workshop para o entendimento do projeto e, sobretudo, para identificar o potencial desenvolvimento da economia de Mato Grosso nos próximos anos. “A chegada da ferrovia não só fortalece a indústria do ponto de vista operacional, como estimula empreendedores em desafios que envolvem a gestão e execução do projeto”, afirma.
Além da criação de 186 mil empregos, o estudo estima que o volume de recursos que circulará na economia tende a gerar uma onda positiva de R$ 4,9 bilhões na renda do estado. Desse total, R$ 3,8 bilhões virão da movimentação provocada pelas obras de infraestrutura; R$ 506 milhões serão de serviços especializados de construção; R$ 329 milhões irão para a aquisição de material rodante (locomotivas e vagões). Os R$ 240 milhões restantes virão de atividades ligadas aos setores de serviços.
A equipe técnica da Rumo elaborou 2.500 estudos de traçados para estabelecer a opção mais viável e sustentável. Foram considerados no projeto os aspectos sociais, econômicos e ambientais. No momento, o EIA/RIMA (Estudos de Impactos Ambientais) elaborado pela empresa, está em análise pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Mato Grosso (SEMA-MT).
“Hoje nós temos apenas um cronograma referencial, uma vez que todas as etapas da obra envolvem licenças ambientais e aspectos diversos ligados à infraestrutura e engenharia” afirma Danilo Veras, gerente executivo de Estratégias e Projetos Regulatórios da Rumo. Nossa expectativa é construir, em média, cerca de 100 quilômetros de ferrovia por ano a partir da emissão da licença de instalação para o início das obras”.
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