O principal fato econômico-político do Brasil do momento é a discussão da reforma da previdência. As medidas devem afetar todos os brasileiros.
O MT Econômico traz para você a opinião do economista Renato Gorski e os principais pontos em discussão.
“Vejo com bons olhos a proposta de reforma da previdência da equipe econômica do governo federal, pois é preciso enfrentar essa realidade. A previdência vem atormentando a gestão de todos os governos que passaram nos últimos vinte anos no Brasil”, disse o economista Renato Gorski ao MT Econômico.
“A criação do teto de idade foi criado sem exageros, tanto para o homem quanto para a mulher e também inclui uma reforma dos grandes salários públicos e privados sobre o ajuste no percentual de contribuição”, avalia Gorski.
No entanto, o economista pondera que se houver algum ponto que precisa ser corrigido isso deve ser feito naturalmente, pois a discussão será longa nesse ano. “É preciso debater o tema de forma ampla no Congresso buscando um entendimento e uma solução para os desafios enfrentados. O governo já deu o primeiro passo e é uma das metas da atual gestão, mas deve haver mais debates para chegar a um consenso, porque a reforma é necessária”, pontua.
Impacto da reforma nos próximos anos
A reforma da previdência deve ter um impacto de R$ 4,497 trilhões nos próximos 20 anos, segundo cálculos do governo. Em dez anos o cálculo é de R$ 1,072 trilhão de economia aos cofres públicos, conforme apurou o MT Econômico.
Apesar da economia prevista nos próximos 20 anos, o governo não descarta a possibilidade de outra reforma daqui a 25 anos.
Nos primeiros anos após a reforma, pessoas relativamente jovens vão se aposentar pela regra de transição. Depois a expectativa é que suba a idade da solicitação da aposentadoria.
Um ponto interessante da proposta é a previsão de igualar a previdência do setor público com o privado como uma solução para o déficit da previdência pública, e pretende aumentar o tempo de contribuição do trabalhador, como uma solução para a questão demográfica.
Veja 10 pontos relevantes sobre a proposta
– Acaba a aposentadoria por tempo de contribuição
– Para se aposentar, mulher precisa ter no mínimo 62 anos e homem, 65
– Para homem e mulher, tempo mínimo de contribuição sobe de 15 para 20 anos
– Idade mínima é a mesma para funcionário público e privado
– Aposentado só recebe 100% do benefício se pagar ao INSS por 40 anos
– Há 3 regras de transição: por pontos, idade mínima e com um pedágio de 50% em relação ao tempo que falta
– Quem ganha mais pagará contribuição maior ao INSS: de 11%, sobe para 11,68%
– Pensão por morte para viúvos órfãos será menor, caindo de 100% para 60% com um dependente
Abono do PIS será pago só para quem recebe até 1 salário mínimo. Hoje, tem direito quem recebe até dois mínimos
– Benefício inicial a idoso pobre cai de R$ 998 para R$ 400