Com a chamada Quarta Revolução Industrial – era da inteligência artificial, dos rôbos, impressão 3D, da nanotecnologia e da internet das coisas – em torno de 5 milhões de postos de trabalho serão cortados nos próximos 5 anos, segundo relatório apresentado pela Infosys – entidade que organiza o Fórum Econômico Mundial – evento tradicional de Davos (Suiça), que ocorre desde 1971 e apresenta-se como um "laboratório de ideias" no mundo profissional e tendências de mercado.
"Sem uma atuação urgente e focada a partir de agora para gerir esta transição a médio prazo e criar uma mão de obra com competências para o futuro, os governos vão enfrentar desemprego crescente constante e desigualdades", alerta o presidente e fundador do Fórum de Davos, Klaus Schwab, citado num comunicado.
Com isso os jovens precisarão desenvolver habilidades distintas para se manter no mercado. Para enfrentar a competitividade crescente e as novas demandas, muitos já começam a desenhar um plano de desenvolvimento para a carreira.
A pesquisa da Infosys que divulgou as novas tendências contou com a participação de jovens de países como Índia, África do Sul, Brasil, China, Grã-Bretanha, França, Austrália e Alemanha. O levantamento traz seus interesses e perspectivas para o futuro. Foram entrevistados mil jovens de cada um dos países, com idades entre 19 e 25 anos.
A importância da tecnologia parece estar clara para grande parte dos participantes, sobretudo, aqueles oriundos de economias em desenvolvimento, como Índia, África do Sul, Brasil e China. Confira, abaixo as sete descobertas da pesquisa:
Otimismo
Os jovens se mostram otimistas em relação ao futuro de carreira. Quase dois terços do total de entrevistados têm percepção positiva. E os brasileiros se destacam por esta característica: 34% são otimistas e 40% são muito otimistas.
Jovens de outras economias em desenvolvimento, como África do Sul Índia também se mostram mais otimistas do que os entrevistados da Austrália, França e Grã Bretanha.
País | % de jovens otimistas ou muito otimistas |
Brasil | 74% |
África do Sul | 66% |
Índia | 64% |
China | 60% |
EUA | 59% |
Alemanha | 56% |
Grã Bretanha | 55% |
França | 53% |
Austrália | 50% |
Gestão do tempo
A competência essencial ao sucesso que mais citada pelos jovens foi a gestão do tempo. Veja a tabela com cinco competências mais valorizadas pelos entrevistados da pesquisa:
5 competências necessárias ao sucesso |
1º Gestão do tempo |
2º Comunicação verbal |
3º Trabalho em equipe |
4º Pensamento crítico |
5º Competências técnicas da sua profissão |
Aprendizado contínuo de novas competências
A grande maioria reconhece que o sucesso profissional está intimamente ligado ao aprendizado contínuo de novas competências e habilidades ao longo da carreira. E as mulheres se destacam mais do que os homens nesta percepção. Veja tabela com o percentual de entrevistados que concordam com a necessidade de busca constante por aperfeiçoamento:
País | % homens | % mulheres |
África do Sul | 88% | 89% |
Austrália | 82% | 91% |
Brasil | 83% | 90% |
Alemanha | 83% | 88% |
China | 84% | 85% |
EUA | 82% | 87% |
Grã-Bretanha | 80% | 85% |
França | 79% | 83% |
Índia | 76% | 85% |
Domínio da tecnologia
Quem não tem habilidades no campo da tecnologia terá enorme dificuldade em encontrar emprego estável no futuro. Em média, dois terços dos entrevistados de países como China, Brasil, Austrália, Grã Bretanha e Estados Unidos concordam com a premissa acima.
A pesquisa mostra que 68% dos jovens chineses consideram que aqueles são habilidosos em ciências da computação terão mais sucesso na carreira.
Ciência de dados (Big data)
O interesse em aprender sobre ciência de dados é maior entre os jovens das economias em desenvolvimento. Indianos são os mais interessados, alemães, os menos. Veja a tabela:
País | % de muito interessados em aprender ciência de dados |
Índia | 40% |
China | 31% |
África do Sul | 31% |
Brasil | 28% |
Estados Unidos | 18% |
Grã Bretanha | 18% |
Austrália | 16% |
França | 16% |
Alemanha | 15% |
Desenvolvimento de aplicativos
Os jovens indianos também são os mais interessados em aprender a desenvolver aplicativos, entre todas as nacionalidades consultadas. Jovens sul-africanos e brasileiros também aparecem entre os mais interessados em dominar este tipo de tecnologia no futuro. Veja a tabela:
País | % de muito interessados em aprender a desenvolver aplicativos móveis |
Índia | 47% |
África do Sul | 45% |
Brasil | 37% |
China | 27% |
EUA | 26% |
Grã Bretanha | 23% |
França | 19% |
Austrália | 18% |
Alemanha | 16% |
Domínio de programação tecnológica
Aprender programação e suas linguagens está entre as metas de quase metade dos indianos entrevistados, que mais uma vez encabeçam a lista de grandes interessados em dominar novas tecnologias. Veja a tabela:
País | % de muito interessados em aprender programação |
Índia | 47% |
África do Sul | 43% |
Brasil | 33% |
China | 29% |
EUA | 29% |
Grã- Bretanha | 24% |
França | 19% |
Austrália | 19% |
Alemanha | 20% |