A taxa de informalidade dos profissionais do setor cultural atingiu 43,2%, superando a média da economia geral, que é de 40,9%. Os dados são da pesquisa Sistema de Informações e Indicadores Culturais, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada na última sexta-feira (01) e analisados pelo MT Econômico.
O setor cultural no país tem maior proporção de empregos informais, quando comparado ao total de atividades econômicas, apesar do setor ter o maior número de profissionais com ensino superior completo, 30,6%. Enquanto demais setores contam com cerca de 22% na média de profissionais com o mesmo nível de formação.
Mesmo com maior qualificação, esses profissionais lidam com um número maior de postos de emprego informais, assim como um salário melhor remunerado. Enquanto o rendimento médio das demais categorias ficou em R$ 2.582, os trabalhadores do setor cultural tiveram um rendimento de R$ 2.815.
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Metodologia da pesquisa
A pesquisa faz um levantamento com as empresas e ocupações ligadas ao ramo cultural, como companhias de teatro, museus, empresas de design, cinemas, etc. Para a análise são selecionados profissionais que vão desde o segurança do teatro, até o designer, por exemplo.
De acordo com o estudo, em 2022 o setor cultural empregava 5,4 milhões de pessoas no país. Isso representa 5,6% do total de ocupados em todas as atividades econômicas. Esse patamar é muito próximo do registrado em 2019, período pré-pandemia. No ano seguinte, 2020, o isolamento social e os lockdowns levaram o número de ocupados para 4,8 milhões.
O IBGE também fez um recorte relacionado ao comportamento dos brasileiros com relação aos gastos com a cultura. Através da criação do Índice de Preços da Cultura (IPCult), foi observado que, em 2020 os gastos culturais dos brasileiros com cinema e streamings, por exemplo, representavam 9,1% do peso da inflação oficial do país (IPCA), já em 2022, esse percentual caiu para 8,4%.
Outro ponto que não passou despercebido pelo IBGE foi a desigualdade no acesso à cultura no Brasil. Foi identificado que 31,4% dos brasileiros vivem em municípios onde não existem museus e 30,6%, em locais em que não tem teatro.
O IBGE também calculou a proporção de cidades que não possuem museus, teatros e cinemas. O Centro-Oeste ficou em segundo lugar com 39,8%. Em primeiro lugar se encontra o Norte com 65,1%. O levantamento não faz a relação per capita das regiões, ou seja, quantos equipamentos existem para cada habitante.
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