O site Mato Grosso Econômico traz dicas de Luís Fernando Martins, diretor nacional da consultoria Hays sobre o que não falar numa entrevista de emprego. É fundamental que você seja honesto e responda com franqueza às perguntas do seu avaliador.
O objetivo da entrevista é levantar apenas os pontos pertinentes para a seleção. Tudo que vá além disso, misturando profissional e pessoal, por exemplo, pode ser dispensado.
Muitas empresas têm como política não contratar quem tiver um cônjuge empregado na concorrência, por exemplo.
A seguir, veja 5 pontos que você deve deixar de fora:
1. Religião
Algumas empresas podem perguntar sobre as crenças de um candidato com o intuito de conhecer melhor seus compromissos e hábitos – bem como sua disponibilidade para trabalhar em domingos e feriados, por exemplo.
Porém, enquanto informação de caráter estritamente pessoal, a fé – ou falta dela – não é um assunto sobre o qual você deva se sentir obrigado a responder. “Se isso for perguntado, o candidato tem o direito de questionar qual é a importância do tema para a empresa”, diz Martins.
2. Posicionamento político
Em tempos de discussões acaloradas sobre política no Brasil, é melhor não trazer o assunto à tona perante o recrutador. “Como esse é um assunto que anda à flor da pele para muita gente, é melhor evitá-lo, a não ser que o questionamento parta do seu interlocutor", diz Leandro Bittioli, gerente da consultoria Talenses. E como reagir se o recrutador fizer algum comentário ou pergunta nesse sentido? A orientação de Bittioli é responder da forma mais sóbria e equilibrada possível, sempre respeitando o ponto de vista do outro, ainda que seja completamente oposto ao seu. Afinal, dependendo do preparo e da maturidade do recrutador, o saldo da discussão pode pesar contra você.
3. Idade
Nenhum candidato é obrigado a fornecer sua idade se não quiser. Por outro lado, diz ele, é compreensível que o recrutador se interesse por esse dado.
“Saber a idade do candidato pode ser importante para quem quer montar uma equipe diversa, inclusive do ponto de vista etário, com visões de mundo diferentes”, explica. “De qualquer forma, não é uma informação crítica, portanto não é imprescindível”.
4. Razões pessoais para ter saído do último emprego
Descrever a sua história profissional de forma sincera e coerente é crucial para o sucesso numa entrevista de emprego. Mas nem todos os detalhes precisam ser colocados na mesa – sobretudo se envolverem conflitos interpessoais. Se você brigou com o seu chefe e pediu demissão, por exemplo, não é preciso contar o ocorrido com todas as palavras – nem mesmo se o recrutador insistir. “Para evitar uma exposição desnecessária dos envolvidos, é melhor simplesmente dizer que as suas expectativas entraram em descompasso com as da empresa, sem mais delongas”.
5. Nomes das empresas para as quais você também está se candidatando
O entrevistador tem o direito de perguntar se o profissional está participando de outros processos seletivos, bem como a que fase em que se encontra em cada um deles. “É o tipo de informação que pode ajudá-lo a agilizar o processo de contratação, se for necessário”, explica. O recrutador pode até perguntar de qual segmento fazem parte os outros possíveis contratantes – mas não pode exigir saber seus nomes. “Muitas vezes, o candidato participa de seleções que exigem confidencialidade”, diz ele. “Pelo compromisso que assumiu, ele tem o direito de omitir a identidade das outras empresas para as quais se candidatou”.