Uma missão internacional na Noruega está conectando ciência, educação e agronegócio com foco no futuro da produção sustentável de alimentos. A iniciativa integra o DIP Farm Edu – Programa de Inovação Digital para Educação e Pesquisa em Robótica Agrícola, Melhoramento de Plantas e Produção Sustentável de Alimentos, liderado pela Universidade Norueguesa de Ciências da Vida (NMBU) e financiado pela agência norueguesa HK-dir (Diretoria para Cooperação Internacional e Qualidade no Ensino Superior).
O projeto, que conta com a parceria da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e de outras instituições públicas e privadas, busca desenvolver soluções que combinem tecnologia de ponta e sustentabilidade, com a aplicação de robótica, inteligência artificial e melhoramento genético no campo.
Para o professor e pesquisador da UFMT, Lucas Oliveira de Sousa, a presença de Mato Grosso nesse consórcio internacional representa mais que um intercâmbio acadêmico. “É um movimento estratégico para internacionalizar o conhecimento, formar profissionais preparados para os desafios globais e fortalecer a imagem do agro brasileiro no exterior”, afirma.
Noruega como referência para o agro
Reconhecida mundialmente pela integração entre ciência, educação e setor produtivo, a Noruega se destaca pela adoção de políticas públicas que incentivam inovação e sustentabilidade. Apesar do território reduzido, o país é exemplo na aplicação de tecnologias que aumentam a eficiência e reduzem o impacto ambiental — justamente um dos desafios centrais do agro brasileiro.
Segundo Lucas, essa visão norueguesa dialoga com a realidade de Mato Grosso, que responde por cerca de 30% da produção nacional de grãos e é líder no rebanho bovino. “O agro mato-grossense já é um gigante em produção. Agora, nosso foco é torná-lo referência global em sustentabilidade e inovação tecnológica”, explica.
Formação de jovens e aplicação no Brasil
O DIP Farm Edu abre espaço para que estudantes e pesquisadores brasileiros vivenciem experiências internacionais, trazendo de volta ao país conhecimentos aplicáveis em diferentes cadeias produtivas. A meta é que essas competências se transformem em soluções para aumentar a produtividade, melhorar o manejo e reduzir impactos ambientais no estado.
O programa também estimula parcerias com empresas e órgãos governamentais para acelerar a adoção de inovações no campo, potencializando a competitividade do agro mato-grossense no mercado internacional.
Impactos esperados para Mato Grosso
Entre os efeitos diretos previstos, estão:
- Aceleração da modernização tecnológica das propriedades rurais;
- Redução de custos e impactos ambientais com uso de robótica e IA;
- Capacitação de mão de obra qualificada para um agro mais exigente em tecnologia;
- Ampliação de parcerias internacionais para exportação de produtos com maior valor agregado.
Para Lucas, o sucesso dessa cooperação depende da continuidade dos investimentos em ciência e educação. “Não há inovação sem cooperação e nem desenvolvimento sustentável sem educação. Cada passo dado nessa missão reafirma nosso compromisso com um agro brasileiro mais moderno, inclusivo e respeitado no mundo”, conclui.
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