O site Mato Grosso Econômico traz para você que houve uma queda em relação aos 59,6% observados em abril de 2016, como também em relação aos 62,4% registrados em maio de 2015.
O percentual de famílias que relataram ter dívidas entre cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro alcançou 58,7% em maio de 2016.
Mesmo com essa queda, o percentual daquelas com dívidas ou contas em atraso aumentou em maio de 2016, na comparação mensal, de 23,2% para 23,7% do total. Houve alta do percentual de famílias inadimplentes também em relação a maio de 2015, quando esse indicador alcançou 21,1% do total. O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes também registrou alta em ambas as bases de comparação mensal, atingindo 9,0% em maio de 2016, ante 8,2% em abril de 2016 e 7,4% em maio de 2015.
A redução do número de famílias endividadas foi observada em ambos os grupos de renda pesquisados, abaixo e acima de dez salários mínimos, tanto na comparação com o mês imediatamente anterior quanto na comparação com o mesmo período do ano passado. Entre as famílias que ganham até dez salários mínimos, o percentual daquelas com dívidas foi de 60,3% em maio de 2016, ante 61,0% em abril de 2016 e 63,7% em maio de 2015. Entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o percentual daquelas endividadas passou de 52,3%, em abril de 2016, para 50,8%, em maio de 2016. Em maio de 2015, o percentual de famílias com dívidas nesse grupo de renda era de 56,2%.
O percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso também mostrou tendências semelhantes entre os grupos de renda pesquisados. No grupo de menor renda, o percentual com contas ou dívidas em atraso aumentou de 25,9% para 26,2% entre os meses de abril e maio de 2016. Em maio de 2015, 23,4% das famílias nessa faixa de renda haviam declarado ter contas em atraso. Já no grupo com renda superior a dez salários mínimos, o percentual de inadimplentes alcançou 12,5% em maio de 2016, ante 11,3% em abril de 2016 e 10,5% em maio de 2015.
A análise por faixa de renda do percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso também apresentou comportamento semelhante entre os grupos pesquisados, na comparação mensal e na comparação anual, com alta em ambas as faixas de renda. Na faixa de maior renda, o indicador atingiu 3,9% em maio de 2016, ante 3,3% em abril de 2016 e 2,7% em maio de 2015. No grupo com renda até dez salários mínimos, o percentual de famílias sem condições de quitar seus débitos aumentou de 9,5%, em abril de 2016, para 10,2% em maio de 2016. Em relação a maio de 2015, houve aumento de 1,5 ponto percentual.
A proporção de famílias que se declararam muito endividadas aumentou entre os meses de abril de 2016 e maio de 2016 – de 14,5% para 14,9% do total. Na comparação anual, houve alta de 2,4 pontos percentuais. Na comparação entre maio de 2015 e maio de 2016, a parcela que declarou estar mais ou menos endividada passou de 23,0% para 20,8%, e a parcela pouco endividada passou de 26,9% para 23,0% do total de famílias.
Entre as famílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 62,6 dias em maio de 2016 – acima dos 60,3 dias de maio de 2015. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de 7,3 meses, sendo que 24,2% estão comprometidas com dívidas até três meses, e 35,1%, por mais de um ano. Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas aumentou na comparação anual, passando de 30,3% para 30,8%, e 23,5% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.
O cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 77,0% das famílias endividadas, seguido de carnês, por 15,0%, e, em terceiro, de financiamento de carro, por 11,3%. No grupo de famílias com renda até dez salários mínimos, cartão de crédito, por 78,4%,
carnês, por 16,0%, e crédito pessoal, por 9,9%, foram os principais tipos de dívida apontados. Já entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos, os principais tipos de dívida apontados em maio de 2016 foram: cartão de crédito, por 71,0%, financiamento de carro, por 20,8%, e financiamento de casa, por 17,5%.
No mês de maio, observou-se redução do percentual de famílias endividadas pelo quarto mês consecutivo, e o indicador alcançou o menor patamar desde fevereiro de 2015. Também se manteve a tendência de queda na comparação anual. Entretanto, dentre as famílias endividadas, houve aumento do comprometimento mensal da renda com dívidas, interrompendo uma sequência de quatro quedas mensais consecutivas. A retração do consumo, observada nos últimos meses, em virtude da redução da confiança do consumidor, pode explicar a diminuição recente dos níveis de endividamento.
A proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso voltou a aumentar em maio, assim como a proporção de famílias que relataram não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso. Na comparação com o ano anterior, também houve piora nos indicadores de inadimplência. As taxas de juros mais elevadas e o cenário menos favorável do mercado de trabalho impactaram negativamente os indicadores de inadimplência e a percepção das famílias em relação às suas dívidas e à sua capacidade de pagamento.
Sobre a Peic
A Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic Nacional) é apurada mensalmente pela CNC a partir de janeiro de 2010. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18.000 consumidores.
Das informações coletadas, são apurados importantes indicadores: percentual de consumidores endividados, percentual de consumidores com contas em atraso, percentual de consumidores que não terão condições de pagar suas dívidas, tempo de endividamento e nível de comprometimento da renda.
O aspecto mais importante da pesquisa é que, além de traçar um perfil do endividamento, permite o acompanhamento do nível de comprometimento do consumidor com dívidas e sua percepção em relação a sua capacidade de pagamento. Existem muitos indicadores nacionais de crédito e inadimplência, que, entretanto, dizem pouco sobre o endividamento do consumidor e nada em relação a sua percepção da capacidade de pagamento.
Com o aumento da importância do crédito na economia brasileira, sobretudo o crédito ao consumidor, o acompanhamento desses indicadores é fundamental para analisar a capacidade de endividamento e de consumo futuro deste, levando-se em conta o comprometimento de sua renda com dívidas e sua percepção em relação a sua capacidade de pagamento. Assim, a pesquisa representa, também, um importante indicador antecedente do consumo e do crédito.
Os principais indicadores da Peic são:
• Percentual de famílias endividadas – percentual de consumidores que declaram ter dívidas na família nas modalidades: cheque pré-datado, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros;
• Percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso – percentual de consumidores com contas ou dívidas em atraso na família;
• Percentual que não terá condições de pagar dívidas – percentual de famílias que não terão condições de pagar as contas ou dívidas em atraso no próximo mês e, portanto, permanecerão inadimplentes;
• Nível de endividamento – entre muito, mais ou menos ou pouco endividados;
• Principais tipos de dívida – entre cartão de crédito, cheque especial, cheque pré-datado, crédito consignado, crédito pessoal, carnês, financiamento de carro, financiamento de casa e outras dívidas;
• Tempo de atraso no pagamento – entre até 30 dias, de 30 a 90 dias e mais que 90 dias; e
• Tempo de comprometimento com dívidas – entre até três meses, de três a seis meses, de 6 meses a um ano e maior que um ano.