O juiz da 32ª Zona Eleitoral, João Guerra, deferiu o registro de candidatura dos três candidatos a prefeitos de Sinop: Roberto Dorner (PSD), Dalton Martini (PP) e Rosana Martinelli (PR). Porém, a republicana, que atualmente é vice-prefeita do município, ainda corre o risco de ter o registro de candidatura cassado por abuso de poder político.
Acontece que o próprio João Guerra está analisando uma Ação de Investigação contra Rosana Martinelli, pelo fato de ela ter subido ao palco no show do cantor Guilherme Arantes, promovido pela prefeitura, quando já era candidata a prefeita, o que é vedado pela Justiça Eleitoral.
“O juiz neste final de semana deferiu os registros, analisando as documentações dos candidatos, mas a Ação de Investigação contra Rosana Martinelli continua, e ela pode ser impugnada a qualquer momento, caso o juiz siga o parecer do MPE”, explico Renato Orro, assessor jurídico da coligação Sinop Pode Mais.
Entenda o caso
O Ministério Público Estadual (MPE) emitiu parecer pela procedência de uma Ação de Investigação da Justiça Eleitoral (AIJE) que pede a cassação do registro de candidatura de Rosana Martinelli.
De acordo com o parecer do promotor Pedro da Silva Figueiredo Junior, da 32ª Zona Eleitoral, Rosana abusou de poder político, quando no dia 10 de agosto ela foi ao show do cantor Guilherme Arantes, já como candidata.
O promotor ressalta que fotos ‘demonstram, de forma clara e precisa, participação de Rosana Martinellli, no palco do show artístico, na qualidade de agente político, representante do município de Sinop, e não na condição de cidadã comum, como todas as demais 5 mil pessoas que estavam no evento, e não no palco’.
Ele ressaltou a resolução 23.457 do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibindo, a partir de 2 de julho de 2016, de candidato comparecer a inaugurações de obras públicas e na realização de eventos assemelhados.
O MPE também disse que ‘o show de Guilherme Arantes, artista de renome nacional, para a comemoração dos 10 anos da instalação do campus da UFMT em Sinop, é assemelhado a inauguração de obra pública’, o que o levou a opinar pela procedência da Ação de Investigação da Justiça Eleitoral.