O Mato Grosso Econômico traz para você dicas de como evitar armadilhas e a sair do superendividamento do uso do cheque especial.
O primeiro passo é entender o que é o cheque especial, principalmente se você pensa em fazer uso dessa linha de crédito.
Essa modalidade é um contrato entre consumidor e banco que permite ao cliente ter um crédito disponível, previamente aprovado e que pode ser acessado de maneira simples. Ele, no entanto, tem vencimento mensal e deve ser devolvido com juros e outros encargos.
Ao tirar um extrato no banco é possível ver de forma clara essa linha de crédito. Normalmente, no pé do documento, há uma linha que mostra o “saldo disponível”, que é quanto de dinheiro você realmente tem; um pouco mais abaixo, tem uma segunda linha, com “limite de cheque especial” ou outro nome semelhante.
Essa segunda linha mostra quanto o banco liberou de limite para o cliente. Em alguns casos, há ainda uma terceira linha no extrato com “saldo total” – nela está a soma do valor disponível na conta mais a disponibilidade de crédito.
Como funciona o cheque especial
Segundo Newton Marques, professor de finanças e economia da Universidade de Brasília (UnB), essa facilidade de acesso, além de ter no extrato um “saldo total” com cheque especial mais recursos disponíveis, causa uma falsa sensação de que aquele dinheiro é seu.
“O cliente tem um limite, acha que o dinheiro é dele e avança, mas é preciso lembrar que será preciso devolver e pagar juros pelos dias de uso”, afirma. Ele pondera que essa modalidade de crédito só deve ser usada em uma emergência e por poucos dias.
Comprar um bem, fazer uma viagem ou usar para gastos supérfluos estão fora da lista de motivos que podem justificar o uso do cheque especial. “Tem de ser para uma coisa inesperada e urgente”, pondera.
Se o consumidor usar de maneira errada, como um complemento da renda, vai ser “atropelado por uma bola de neve”. Marques observa que é comum as pessoas tratarem como uma extensão do salário e, depois de alguns meses, ficam com uma dívida impagável.
Como sair do cheque especial
Ele explica que se o pior já ocorreu e você está com uma dívida elevada demais no cheque especial, praticamente impagável. A saída é se reorganizar. Primeiro, calcular todas as suas receitas e despesas e fazer uma projeção para os próximos meses.
Depois, será preciso procurar o banco e propor uma renegociação. O ideal é pedir ao gerente uma linha de crédito com juros mais baixos e tentar obter um parcelamento com prazo suficiente para que o consumidor não volte a se enrolar.
Levar para o gerente essa planilha com receitas e despesas pode ajudar no momento de negociar a dívida. “Nesses casos, é preciso humildade e renegociar, caso contrário acabará inadimplente”, argumenta.