Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e divulgada pela Fecomércio-MT, aponta que o mês de outubro registrou estabilidade na inadimplência e endividamento do consumidor cuiabano.
O índice foi de 60,7% em agosto, 61,3% em setembro e 61,1% em outubro, variação de apenas 0,6% no trimestre.
A pesquisa mostra quase 116 mil consumidores da capital em situação de endividamento (61,1%) no último mês. Desses, quase 22 mil não terão condições de pagar dívidas (11,5%). Entretanto, se compararmos os últimos 12 meses, houve queda de 5% no número de endividados em outubro deste ano, em comparação a outubro de 2015 em Cuiabá (MT). Naquele ano, quase 111 mil pessoas se encontravam endividadas.
O cartão de crédito continua sendo a principal dívida do consumidor (64,2%), seguido pelo carnê (32,5 %) e financiamento de carro (13,4%). O tempo médio de atraso das dívidas foi de 66,7 dias. Entretanto, do total de endividados, a maioria deles (55,9%) possui algum tipo de conta com mais de 90 dias em atraso.
Outro dado da pesquisa leva em consideração a parcela da renda familiar comprometida com dívidas. O comprometimento médio da dívida saiu de 30,9% em setembro para 30,4% em outubro, se aproximando da média considerada adequada por especialistas financeiros, que é de 30%, embora o ideal seja que fique abaixo de 20% da renda comprometida com as compras a prazo.
Nacional
O Peic nacional mostra que, em outubro, 57,7% das famílias possuíam algum tipo de dívida, O percentual é menor do que o registrado em setembro (58,2%) e há um ano (62,1%).
A análise dos economistas da CNC para o índice atual é reflexo do alto custo do crédito, proveniente das elevadas taxas de juros, além da manutenção do mercado de trabalho frágil, vem sustentando um nível de consumo mais retraído, provocando também a diminuição recente dos níveis de endividamento.
“As altas taxas de juros e a fragilidade do mercado de trabalho têm limitado o consumo, provocando também a diminuição recente dos níveis de endividamento”, explica o economista da CNC Bruno Fernandes.