Com as obras da Zona de Processamento de Exportação-ZPE, a cidade de Cáceres deve avançar na integração econômica. O projeto está orçado em R$ 60 milhões, sendo que o valor previsto para a primeira fase, orçado em R$ 16 milhões, já está garantido pelo governo do estado. A execução terá a participação das secretarias estaduais de Cidades e também Desenvolvimento Econômico, que realizaram o processo licitatório das empresas e são responsáveis pelo acompanhamento das obras.
Entre os objetivos da ZPE, se destacam a atração de investimentos nacionais e internacionais para Mato Grosso, além de promover o desenvolvimento regional, gerando emprego e renda e também difundir novas tecnologias, informou o prefeito de Cáceres, Francis Maris. Ele argumenta que a ZPE está oficializada há mais de 20 anos, mas passou por vários entraves. Em menos de dois anos, segundo ele, será concluída a construção da obra de infraestrutura do condomínio da ZPE, onde serão abrigadas 230 indústrias. A partir do momento que se iniciar a construção da alfândega da Receita Federal, do armazém e escritórios, as indústrias poderão iniciar a construção do barracão.
Mato Grosso, conforme o prefeito, está perdendo muitas indústrias que estão indo para o Paraguai. Com a ZPE, as indústrias terão isenção de muitos impostos. Francis informou que já existe um cadastro de empresas interessadas em se instalar em Cáceres. “São dos ramos de frigoríficos, laticínios, têxtil, produção de artigos de couro, esmagamento de soja, algodão, milho e beneficiamento de grãos. “Nós temos por exemplo, empresa que pretende aproveitar os cílios e o rabo do gado para fazer pincel. E como a região produz madeira teca com o reflorestamento, há interesse de indústrias moveleiras. O mesmo acontece com a borracha devido a nossa produção de seringa”, assegurou.
Em relação ao Porto de Cáceres, pelo menos cinco empresas já manifestaram interesse em se instalar no barranco vermelho, em Santo Antônio das Lendas e também próximo da reserva ecológica do Taiamã. Uma delas é do Rio de Janeiro, já está em negociação para a compra da área próximo a reserva.
Na avaliação do prefeito, outro setor da economia que poderá ser fomentado é o turismo, pois Cáceres está situada em área do Pantanal e explora muito bem o turismo de pesca. O Festival Internacional de Pesca de Cáceres, sem dúvida, é a maior marca do município que reflete junto a vários segmentos. Diante do potencial turístico da região, a meta é expandir a atividade com o turismo de contemplação, de aventura e outras modalidades. Devido proximidade com a Bolívia, outra finalidade e a integração no turismo, possibilitar que visitantes possam fazer o Circuito Brasil Bolívia, passando por Cáceres e demais regiões de Mato Grosso.
O setor da mineração também passará por mudança com a ZPE, lembrando que Cáceres está na região Oeste do estado, onde há a exploração das jazidas de minério de ferro, de fosfato, ouro e outros metais. Uma extensão de 70km², abrangendo Cáceres e os municípios vizinhos de Mirassol D’Oeste, Porto Esperidião e Pontes e Lacerda.
Integração Econômica– A caravana formada por empresários, entidades do setor produtivo e o governo estadual, visitou em abril deste ano a Bolívia, Peru e Chile. No acordo de cooperação assinado com Mato Grosso, o governador Pedro Taques, reforçou o fortalecimento da ZPE e a importância da relação econômica com aqueles países. Na ocasião, se discutiu a ligação rodoviária. Cáceres, é um elo para o escoamento de produção de soja do médio norte do estado. A hidrovia é ponto de confluência das rodovias BR-070 no trecho Cuiabá/Cáceres(BR) e San Matias na Bolívia; além da BR-174 entre Cáceres/Vilhena em Rondônia. Dentro do estado, a MT-343 dá acesso a outras regiões. Há um estudo quanto ao traçado da Ferrovia Vicente Vuolo para avançar até Cáceres/ Mirassol D’Oeste/Pontes e Lacerda, a Porto Velho, sendo o elo entre a Hidrovia Paraguai-Paraná e o Porto Madeira.
Processo de licitação – No último dia 16 de novembro, teve início o processo de licitação para construção do primeiro módulo da Zona de Processamento e Exportação de Cáceres. Cinco empresas mato-grossenses manifestaram interesse em participar do certame, que deve custar R$17,5 milhões. Na ocasião, Francis ressaltou a importância econômica da obra e a expectativa da população, que aguarda pela concretização do projeto. “Esperamos que a obra se realize sem contra tempos, para que a ZPE seja entregue dentro do prazo e com qualidade”.
Argumentou. O primeiro módulo a ser licitado inclui os espaços onde serão locados os escritórios da Receita Federal, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), Vigilância Sanitária, Associação da Zona de Processamento de Exportação de Cáceres (Azpec), além de espaço para restaurante e lanchonete e toda a infraestrutura.