Os técnicos do Rally da Safra 2017 percorreram mais de 33 mil quilômetros em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Paraná em janeiro e avaliam um recorde de produção de lavouras de soja. Diante do cenário encontrado nessa fase inicial da expedição, a Agroconsult revisou sua previsão para 105,3 milhões de toneladas, com perspectiva de alta – a ser confirmada com os resultados das próximas equipes do Rally.
Em Mato Grosso, foram percorridas as regiões médio-norte, oeste e sudeste, onde os relatos dos produtores e as avaliações de campo apontaram resultados muito superiores aos da safra passada. Nas áreas visitadas no médio-norte e no oeste foram relatadas perdas pontuais com grãos ardidos pelo excesso de umidade. A ferrugem está presente, mas o controle foi feito pelos produtores. A incidência de lagarta está menor em relação à safra passada – os técnicos detectaram, porém, um percentual maior de lavouras nas quais há presença de antracnose e mancha-alvo. Já no sudeste do Estado, tanto as lavouras precoces quanto as mais tardias apresentaram excelentes condições. Ainda assim os produtores demonstraram apreensão com a previsão de que haverá vários dias consecutivos de chuvas em meados de fevereiro, quando 30% a 40% das lavouras estarão prontas para a colheita.
Nos Estados do MAPITOBA (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina bons volumes de chuvas durante o mês de fevereiro serão essenciais para confirmar as expectativas. “Fizemos em torno de 500 amostras de campo e mais de 70 visitas a produtores, sindicatos rurais, associações e entidades do setor durante as três primeiras semanas”, explica Valmir Assarice, analista da Agroconsult e um dos coordenadores do Rally da Safra. “As amostras e visitas confirmam o bom potencial produtivo da safra e os produtores estão muito otimistas com as primeiras áreas colhidas”.
No oeste do Paraná, as temperaturas mais baixas durante as noites de dezembro favoreceram o enchimento de grãos e alongaram o ciclo das plantas, retardando a colheita. Nas lavouras do sul do Mato Grosso do Sul houve seca no início da temporada e um novo veranico de pouco mais de dez dias em janeiro. Apesar disso, uma avaliação preliminar mostra que a produtividade das lavouras deve ficar bastante próxima da média histórica. As perspectivas são de boas produtividades – os melhores resultados devem ser obtidos no norte do Estado, onde não há relatos de problemas na safra. No sudoeste de Goiás, região de soja precoce, houve alguns dias mais secos. Mas são esperados resultados superiores aos da safra passada.