O setor de eventos em Mato Grosso e todo o país está se mobilizando para retomar suas atividades. Com a pandemia do novo coronavírus, que já não é tão novo assim e está presente há quase um ano na vida da população mundial, a cadeia produtiva de eventos foi uma das mais afetadas, se não for a que mais teve prejuízos com a pandemia.
Mesmo com a vacina aprovada pela Anvisa para combater o vírus que prejudicou milhões de pessoas pelo mundo, ainda deve haver um ciclo de vacinação a ser percorrido durante boa parte de 2021, talvez até o segundo semestre para imunização de toda a sociedade.
Conforme noticiado pelo MT Econômico anteriormente, os comerciantes de Cuiabá começaram o ano com baixa confiança no cenário, segundo pesquisa. Essa desconfiança não é sentida apenas pelo setor de eventos, mas todo o comércio em geral. Veja mais aqui.
No setor de eventos a situação é ainda mais preocupante, pois há quase um ano os profissionais e trabalhadores da área estão parados. Foi um dos primeiros setores a parar e ainda não foram retomadas as atividades.
Cadeia produtiva
A composição do setor engloba operadores turísticos e agências de viagem, aluguel e montagem de estruturas para eventos, bares e restaurantes, hospedagem, publicidade e propaganda, segurança privada e serviços gerais e de limpeza
Segundo levantamento da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape) foram perdidos 335.435 empregos formais no setor, entretanto, esse número ultrapassa 450 mil se levar em consideração os trabalhadores indiretos.
Sacrifício apenas para alguns
Para a presidente do Sindicato de Eventos e Afins de Mato Grosso (Sindieventos-MT), Alcimar Moretti, o setor de eventos está sendo foi bastante sacrificado frente à saúde pública. “Os supermercados e os ônibus, a título de exemplo, vivem lotados, mas por que os eventos são os grandes vilões da contaminação do vírus? Muitas famílias dependem dessa atividade, precisam trabalhar, pois não têm de onde tirar recursos para viver”, cobra Alcimar.
Quando se fala em eventos, não significa que as atividades estão relacionadas às festas e baladas, que por sinal, foram liberadas em Cuiabá, onde muitos jovens destemidos, sem máscara e com pouca responsabilidade persistem em frequentar tais locais, sem a mínima preocupação se pegarão o vírus e espalharão para pais, avós e família em geral.
O setor de eventos é amplo e pode ter medidas de biossegurança, assim como os restaurantes possuem, segundo representantes da área. A reivindicação das lideranças do setor é que confraternizações como casamentos, eventos corporativos entre outros que possam haver controle da capacidade, distanciamento de mesas e medidas de proteção seja liberado.
Mobilização local
Na semana passada, a diretoria do sindicato se reuniu com o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), Eduardo Botelho, em busca de apoio institucional devido aos impactos negativos ao setor diante de novas imposições do governo do Estado. “Precisamos urgentemente de medidas que aliviem as consequências geradas no nosso segmento durante todos esses meses”, afirma.
Além do retorno das atividades, o setor pede isenção do IPVA dos veículos utilizados, que encontram-se parados e com custos a pagar, onerando ainda mais os empresários.
Falta de apoio Municipal
A presidente do Sindieventos-MT lembra que durante o período de campanha à reeleição, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, prometeu ajudar os pequenos e médios empresários que fossem afetados pela pandemia, concedendo, em parceria com instituições financeiras cadastradas na prefeitura, empréstimos a juros zero, além de outros benefícios, como isenção de alvará e IPTU.
“O setor aguarda algum benefício tanto do poder público municipal, quanto estadual, pois não temos outra possiblidade a não ser recorrer para as autoridades competentes e implorar para podermos voltar ao trabalho”, ressalta Alcimar Moretti.
Câmara dos Deputados
Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que cria o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos. Entre as medidas constam a obrigação das instituições financeiras federais a disponibilizarem linhas de crédito específicas para o fomento de atividades, capital de giro e aquisição de equipamento, além de condições especiais para renegociação de débitos que eventualmente essas empresas tenham junto às instituições, mesmo se forem optantes do Simples Nacional.