O preço do algodão pode subir com a vacinação para combater o coronavírus. Isso por conta do desequilíbrio que pode acontecer entre as exportações e a demanda no mercado interno.
As exportações de algodão seguem batendo recordes. De acordo com o Ministério da Economia, a média diária de exportação cresceu, de 14 mil toneladas para 16 mil. O preço de venda para o mercado externo passou da média diária de receita com o algodão de US$ 22 milhões em janeiro de 2020 para US$ 25,4 milhões no mesmo período em 2021, esse número até a terceira semana de janeiro, conforme apurado pelo MT Econômico.
Se a exportação caminhar num ritmo acelerado, no futuro podemos ter um desencontro de preço, oferta e demanda, segundo a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção).
Mercado
O Brasil, quarto maior produtor, deve colher 2,7 milhões de toneladas de algodão em pluma em 2021, 9% a menos do que no ano passado. As áreas plantadas diminuíram, reflexo da baixa na procura pela indústria têxtil, em queda na pandemia, e menores preços de venda, que fizeram com que o produtor investisse mais em outras commodities, como soja e milho.
Mesmo assim, as exportações devem continuar crescendo em 2021, conforme citado no começo da matéria.
Já no mercado interno, pode aumentar a demanda de algodão para suprir a vacinação, pois assim como a seringa, é um item fundamental para a área médica na aplicação das doses da vacina.
É importante haver um planejamento das indústrias. O algodão hidrófilo, usado como insumo médico e na aplicação de vacinas, é um subproduto da indústria têxtil, que investe cerca de 15% do total da sua matéria-prima neste setor.
A produção no país, segundo a Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) é de aproximadamente 2,5 mil toneladas por mês, voltada essencialmente para o mercado interno, que inclui o setor de beleza e cosméticos.
Em Mato Grosso o preço do algodão já subiu 20%, segundo Boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Além do dólar valorizado, a alta segue sustentada pela busca da indústria nacional para reposição dos estoques.
Oportunidade
Como tanto se fala em industrialização em Mato Grosso, talvez seja um momento para o setor pensar em aprimorar o abastecimento da área médica, pois pelo andamento da situação, não será apenas esse ano que deve ocorrer a vacinação, mas tem grande chance de entrar no calendário anual, assim como muitas vacinas, a exemplo da gripe, H1N1, entre outras. Vale considerar que o novo coronavírus já está produzindo variantes e a cada ano algo novo deve surgir demandando novas vacinações. Uma oportunidade para as indústrias setor, para abastecer não apenas o Brasil, mas o mundo, segundo opinião do MT Econômico.