Portos saturados, demanda represada e escassez de contêineres, navios e trabalhadores portuários são alguns dos fatores que levaram ao aumento do custo de produção. Responsável por 80% do comércio internacional, a alta dos fretes marítimos impacta diretamente no bolso do agricultor, e logo, no do consumidor também.
Segundo informações da General Manager – Indofil Industries do Brasil Ltda, levar um contêiner de 40 pés por via marítima, de Shanghai ao Porto de Santos, agora custa um valor recorde de US$ 12.000, ou seja, 500% acima da média dos últimos cinco anos.
Além do custo dos fretes, os portos também estão sobrecarregados, com escassez de contêineres ao longo das 0principais rotas, causando atrasos e perdas de negócios para exportadores e importadores.
A pontualidade dos navios também caiu. Em 2019, a chegada nos portos era de 80%. Atualmente, chegou a 35%.
No Brasil, o efeito vai além do aumento dos fretes, já que é necessário pagar 25% sobre esse valor para o governo, pelo Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM). Esta é uma taxa paga no momento da nacionalização dos produtos importados.
Antes um insumo relativamente modesto e de baixo impacto na formação das mercadorias e produtos, o aumento no custo de envio de contêineres podem elevar os preços ao produtor em até 15%.
Como exemplo, alguns produtos que terão preços elevados vão desde fertilizantes e agroquímicos, até produtos de R$ 1,99, como brinquedos, autopeças, pneus e outros.
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