A armazenagem de soja foi o principal problema citado por produtores, para esta nova safra do grão. Em painel organizado pelo projeto Soja Brasil, na quinta-feira (5), entidades do setor se reuniram para discutir os desafios da produção e possíveis soluções.
“Temos relatos de produtor colhendo safra com 25% de umidade, sem ter onde armazenar”, relata o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), Antonio Galvan. O debate celebrou a abertura da 10ª temporada do projeto Soja Brasil.
Este problema não é novo no setor, que é sentido também pelos produtores de milho. Segundo já informado pelo MT Econômico, o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT), Fernando Cadore, afirmou que “precisamos ser donos do que produzimos”.
Por conta da precariedade do armazenamento, é esperado que seja perdida uma menor quantidade do produto, o que aumenta o volume disponível para ser negociado, bem como possibilita a oferta de soja brasileira de maior qualidade.
De acordo com Galvan, é preciso buscar um meio para que o produtor rural consiga armazenar a soja em sua propriedade. Usando os Estados Unidos como exemplo, ele disse que o país tem capacidade para armazenar até o dobro do que produz.
Conforme dados do consultor de Política Agrícola da Aprosoja-MT, Thiago Rocha, as propriedades americanas armazenam de 75% a 80% do que é produzido.
Considerando que a armazenagem é a maior deficiência no Brasil, a Aprosoja-MT lançou recentemente o projeto “Armazém para Todos”, que visa facilitar o acesso dos produtores ao crédito. “Temos que mostrar ao governo federal que a safra garantida é aquela que está no armazém. Não aquela que está plantada, para ser colhida. É aquela que está lá para ser colhida”, declarou Galvan.
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