Mato Grosso registrou alta de 35,7% sobre o valor da produção agrícola em 2020, ano de pandemia, com a receita passando de R$ 58 bilhões, em 2019, para R$ 79 bilhões, no ano passado, ano marcado pela pandemia da Covid-19.
Segundo dados da pesquisa Produção Agrícola Municipal 2020 (PAM), do IBGE, o Estado – que é campeão nacional na produção de grãos e fibra – segue se destacando pela boa performance de culturas como a da soja – o principal produto de exportação do Brasil -, a do milho e a do algodão.
Campeão do ranking de valor da produção total, o Estado aumentou sua participação nacional de 16,2%, em 2019, para 16,8%, em 2020, novamente à frente de São Paulo (14,5%), destaque no cultivo da cana-de-açúcar. O Paraná (12,7%), maior produtor de trigo no país, e o segundo de soja e milho, ficou na terceira posição.
“Em 2019, houve problemas climáticos em uma região entre os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná que acabaram prejudicando a safra naquele ano. Em 2020, tanto nessa região como em todo o Centro-Oeste, as condições climáticas foram favoráveis. Então, podemos afirmar que o desempenho da produção da soja no país foi melhor do que no ano anterior, apesar dos problemas de estiagem no Rio Grande do Sul”, explica o supervisor da pesquisa, Winicius de Lima Wagner.
O estado de Mato Grosso também seguiu em primeiro lugar na produção de milho, com 33,7 milhões de toneladas, com a quase totalidade colhida durante a segunda safra. O valor da produção mato-grossense foi de R$ 19,1 bilhões, com alta de 61,6%.
Mato Grosso e Bahia seguiram preponderantes na produção de algodão. Cerca de 90% da área plantada brasileira concentraram-se nesses dois estados. Enquanto Mato Grosso gerou R$ 12,8 bilhões em valor com a cultura, crescimento de 23,1%, a Bahia totalizou R$ 4,4 bilhões, acréscimo de 16,3%.
Já o valor da produção brasileira aumentou de R$ 361 bilhões, em 2019, para o recorde de R$ 470 bilhões, em 2020, uma alta de 30,4%. O resultado positivo se deve, principalmente, à elevação do valor da produção da soja, do milho, do café e do algodão.
O estudo é uma das principais fontes de estatísticas municipais, levantando informações sobre área plantada, área destinada à colheita, área colhida, quantidade produzida, rendimento médio obtido e valor da produção das culturas temporárias e permanentes, com informações relevantes para os planejamentos público e privado desse segmento econômico, bem como para a comunidade acadêmica e o público em geral. A PAM mensura as variáveis fundamentais que caracterizam informações sobre 64 produtos em todo o país.
O supervisor da pesquisa, Winicius de Lima Wagner, explica que o aumento do valor da produção agrícola é em parte relacionado aos efeitos da pandemia de Covid-19 no setor. “Esse resultado se deve a dois fatores distintos: o primeiro deles foi o recorde na produção de grãos, que abrange o grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas, totalizando 255,4 milhões de toneladas; o segundo foi a elevação dos preços das culturas agrícolas, provocada, também, pela alta demanda durante a pandemia. Isso fez com que o setor fosse beneficiado em um ano marcado pela crise econômica, que afetou os demais setores”, diz o pesquisador.
Em 2019, o Brasil se tornou o maior produtor de soja do mundo, ao ultrapassar os Estados Unidos e, em 2020, se manteve no topo do ranking. Com as boas condições climáticas, Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, somou 35,1 milhões de toneladas (28,8% do total) e superou em 8,8% a safra de 2019.
Leia também: Exportações mato-grossenses do agro registram novo recorde