Acostumado a apresentar índices acima da média nacional no segmento de vendas de veículos zero quilômetro, Mato Grosso passa a revelar desaceleração. Mesmo que o saldo dos primeiros dez meses de 2021 aponte para comercialização 14% acima do contabilizado em igual momento do ano passado, nas comparações pontuais ante outubro do ano passado e setembro deste ano, há queda nos volumes vendidos pelos concessionários locais.
Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) mostram que no mês passado foram comercializados 7.407 unidades entre carros de passeio, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos e implementos rodoviários, entre outros. O saldo é 15,95% menor quando comparado ao realizado em outubro de 2020 (8.813 unidades) e 4,76% menor em relação a setembro deste ano quando foram contabilizadas 7.777 unidades vendidas em todo Estado.
O que segue em alta é o saldo de vendas de janeiro a outubro, em 80.155 unidades, volume 14% maior que o contabilizado em igual intervalo do ano passado, 70.210 unidades.
Das mais de 7,4 mil unidades comercializadas em outubro, a maior parte foi de ‘comerciais leves’, que com 3.131 modelos vendidos, respondeu por 45,69% do total movimentado no mês, em Mato Grosso. Na sequencia estão as motos, com participação de 37,28% do share estadual do zero quilômetro, somando vendas de 3.025 unidades.
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Desde julho, quando o segmento de zero quilômetro registrou o maior volume de vendas no ano Estado – 9.285 unidades – o setor concessionário vem perdendo fôlego e reduzindo mês a mês o saldo de vendas.
A Fenabrave chama à atenção para o fato de outubro ter tido um dia útil a menos em relação ao mês anterior. No País, as vendas recuaram 1,78% em relação a setembro. Na comparação com o mesmo mês de 2020, a queda chegou a 17,07%. Já no acumulado, de janeiro a outubro de 2021, os emplacamentos seguem com resultados positivos, com alta de 16,15% sobre o mesmo período do ano passado, totalizando 2.863.349 unidades, contra 2.465.260 emplacadas em igual período de 2020.
A entidade avalia que o setor, em geral, continua sendo afetado pela crise global de abastecimento de componentes para a produção industrial. “Os emplacamentos de todos os segmentos automotivos vêm oscilando, de acordo com o fluxo de produção. A demanda se mantém alta, por parte do consumidor, mas há segmentos em que a espera por um veículo pode levar meses, em função dos baixos estoques das concessionárias, que não estão conseguindo ter todos os pedidos atendidos pelas fábricas, devido à falta de insumos e componentes. Esperamos pela normalização da produção, mas acreditamos que isso só ocorra em meados de 2022, na melhor das hipóteses”, esclarece Alarico Assumpção Júnior, presidente da Fenabrave.