O Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) recebe com expectativa de recuperação, em um curto espaço de tempo, o fim do embargo chinês às exportações da carne bovina brasileira, comunicado na madrugada desta quarta-feira (15) pela Administração Geral de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês). Sem a China, as exportações nacionais de carne bovina registram perda de US$ 762,3 milhões entre os meses de outubro e novembro deste ano. Em Mato Grosso, a suspensão provocou uma frustração de receita de US$ 117,3 milhões para a indústria da carne. Os valores são calculados com base na receita referente aos mesmos meses de 2020.
Para a entidade, a recuperação do mercado é fruto da diplomacia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e, principalmente, da confiança no serviço sanitário do país. Foram cem dias de vendas suspensas. Desde ontem, os chineses voltaram a importar produtos de carne bovina desossada de animais com menos de 30 meses.
Apesar da saída da China do mercado, os dados gerais das exportações de carne bovina, apontam resultados positivos mesmo com o embargo. De janeiro a novembro de 2021, o faturamento do Brasil com exportações de carne bovina e derivados, para a China, totalizou US$ 3,9 bilhões. Este valor é 6,8% superior ao observado entre janeiro e novembro de 2020.
“Importante lembrar que desde outubro não vendemos carne bovina para a China, portanto, esse resultado preliminar positivo se deve ao período de janeiro a setembro de 2021 basicamente, responsável por 98,7% da receita no período”, analisa do diretor de operações do Imac, Bruno de Jesus Andrade.
Em Mato Grosso, o faturamento das exportações de carne bovina e derivados para a China totalizou US$ 814,2 milhões, 21% do total do Brasil. Este valor é 15,9% superior ao observado entre janeiro e novembro de 2020
HISTÓRICO – Em 4 de setembro deste ano, o Mapa suspendeu voluntariamente os embarques aos chineses, por causa de dois casos atípicos do “mal da vaca louca”. Os casos foram identificados em frigoríficos de Nova Canaã do Norte (MT) e de Belo Horizonte (MG).
A ministra da Agricultura e Abastecimento, Tereza Cristina, disse que esperava uma retomada das exportações porque o Brasil repassou todas as informações sobre os casos atípicos da doença registrada no país.