O governo de Mato Grosso irá coletar dados para identificar o volume, tipos de produtos comercializados e qual o retorno financeiro que os itens cultivados por agricultores familiares promovem. Essas informações vão subsidiar as futuras políticas públicas da agricultura familiar estadual.
A busca será coordenada pela Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), que promoveu, nesta semana, o “Workshop Metodologia de Implementação do Seiaf” para dar aplicabilidade a essa ação. O evento foi realizado no auditório da Controladoria Geral do Estado (CGE) e reuniu todas as sete entidades envolvidas na elaboração do questionário a ser utilizado na coleta de dados.
A coleta de dados começou ontem (22) em quatro cidades-piloto: Alta Floresta, Cotriguaçu, Querência e Várzea Grande. Após essa fase, o grupo de trabalho voltará a se reunir para aprimorar ou realizar ajustes que forem necessários, para então promover a coleta de dados em todo o território estadual.
A previsão é de que em 2023 seja realizada a busca das informações específicas sobre a agricultura familiar de Mato Grosso, que possa levantar as particularidades de cada região, com mensurações de quantidades de cada cultivo e criação. Se isso ocorrer, Mato Grosso será o primeiro Estado brasileiro a realizar essa coleta exclusiva sobre o segmento, de forma sistematizada e específica.
Com os dados colhidos, o conteúdo será destinado para alimentar o Sistema Integrado da Agricultura Familiar de Mato Grosso (Seiaf/MT), criado para abrigar as informações e gerir as futuras ações públicas que o Estado pretende adotar.
“Para esse trabalho pioneiro precisaremos do apoio não apenas das prefeituras, como também de associações, cooperativas, organizações não-governamentais, instituições de ensino, sindicatos e consórcios municipais, porque cada cidade tem uma particularidade, que precisa ser levada em consideração na hora de buscarmos essas informações”, comenta o superintendente de Agricultura Familiar da Seaf, George Lima, responsável pela ação.
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Além de áreas rurais, também serão foco da coleta de dados assentamentos e comunidade tradicionais.
Para o coordenador do Centro de Gestão e Inovação da Agricultura Familiar (Cegafi) da Faculdade UnB de Planaltina (FUP), Mário Lúcio de Ávila, um dos participantes do workshop, o principal desafio do material coletado é transformar os dados em informação.
“Coletar é trabalhoso e caro, mas não o mais importante dentro desse processo. O mais importante é fazer a leitura do que for coletado, de modo que o Estado possa tomar decisões que efetivamente venham atender aquele cidadão que hoje vive da venda dos itens que ele cria ou cultiva”, comenta Mário Avila.
“Hoje, a maioria das políticas públicas é feita dessa mesma forma. Fazem de modo geral, onde às vezes, a necessidade do cidadão da região sul é diferente daquela da região norte, por exemplo”, acrescenta o coordenador da Cegafi.
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