Depois de um arranque no plantio dos primeiros hectares da nova safra de soja, em Mato Grosso, o ritmo cedeu na comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar da cadência, aquém do que se esperava, analistas do Instituto mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) destacam que os trabalhos no campo superam a média dos últimos cinco anos. Até a última sexta-feira (7), 18,61% da área estimada estavam semeados no Estado.
A semeadura da soja para a safra 2022/23 registrou avanço semanal de 12,28 pontos percentuais (p.p.) em relação à semana anterior. “O ritmo esteve atrelado aos volumes de chuvas observado em várias regiões do Estado, o que auxiliou no progresso dos trabalhos a campo. Diante desse cenário, o percentual semeado ficou 13,87 p.p. acima da média dos últimos cinco anos, no entanto, 1,74 p.p. menor que o observado na safra passada (temporada em que atingiu a máxima histórica)”, acrescentam os analistas.
Em relação às regiões mato-grossenses, a oeste se destaca ao apresentar 30,58% das áreas já cultivadas, caracterizando a região mais adiantada. “Dados do TempoCampo apontam chuvas de 150 a 200 mm para os próximos 30 dias na maior parte de Mato Grosso, o que poderá auxiliar no desenvolvimento das lavouras e na intensificação do ritmo da semeadura por todo Estado”.
Conforme dados do Imea, Mato Grosso deve cultivar nesta nova safra cerca de 11,81 milhões de hectares com soja, projeção que se confirmada, dará novo recorde ao Estado. O número representa um incremento de 2,92% em relação ao ciclo anterior, de 11,47 milhões de hectares. As perspectivas apontam uma produção de 41,51 milhões de toneladas, o que representa alta de 1,62% ante as 40,85 milhões de toneladas colhidas no último período.
MERCADO – A comercialização da soja para a safra 2021/22, em Mato Grosso, avançou 2,83 p.p. no mês de setembro, alcançando 90,40% da produção. “Com a aproximação da nova safra, o produtor começou a se preocupar com a abertura de espaço nos armazéns e, por isso, vendeu mais soja no mês”, explicam os analistas.
Em relação ao valor médio da soja comercializada, o preço apresentou queda de 1,35% em relação ao mês de agosto, fechando na média de R$ 159,37/sc, pautado pela queda nas cotações da soja em Chicago, no contrato corrente.
Para a safra 2022/23, com o início da semeadura da oleaginosa apresentando ritmo dentro do esperado em várias regiões, o produtor voltou a negociar um pouco mais em setembro. Diante disso, as vendas da oleaginosa avançaram 2,08 p.p. no comparativo mensal, alcançando 28,75% da produção. Além disso, o preço médio exibiu acréscimo de 1,86% em relação ao visto no mês de agosto, precificado na média de R$ 149,41/sc, reflexo da alta do dólar futuro e da cotação da soja em Chicago.
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