São 933 km entre Sinop e o porto de Miritituba e o acesso aos portos do Arco Norte. Significa criar uma alternativa para o frete da alta produção do médio norte de Mato Grosso e baratear o custo do frete. Hoje ele é feito por caminhões partindo de Sorriso pro Norte.
Seria um contraponto à ferrovia Rumo, que hoje explora o trecho de 1.655 km entre Rondonópolis e o porto de Santos. Transporta 80 mil toneladas por dia e substitui 261 caminhões. Mas os produtores questionam o preço do frente cobrado pela Rumo. Na semana passada, o produtor Blairo Maggi me disse que a Rumo cobra apenas 5% menos do que o frete rodoviário. A competição com a Ferrogrão diminuiria esse valor.
Antes de entrar no mérito da oposição à Ferrogrão, é preciso recordar que em 2030, Mato Grosso produzirá algo como 130 milhões de toneladas de grãos e de carne. Se não resolver até lá parte da logística do escoamento, todo o sistema de transporte ficará travado. A rodovia BR-163, recentemente transferida para o governo do Estado, já está no seu limite. Em oito anos estará inviável, mesmo sendo duplicada até como lá como se propõe.
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Os impedimentos para a Ferrogrão são legais, políticos, ambientais e de militância judiciária, sem falar na pressão dos Estados Unidos. Em decisão no STF, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu a Lei 13.452/2017 que alterava os limites de cerca de 862 hectares do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, para a construção da ferrovia. Com isso, as obras ficam paralisadas. A Procuradoria Geral da República deu parecer favorável à construção na semana passada. Continua a briga judiciária.
É uma questão de tempo….
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso