O Rota Industrial do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (Sistema Fiemt) apresentou pesquisa que pontua oportunidades e desafios para indústrias frigoríficas de Mato Grosso. Em seis meses, o programa de inovação permanente realizou entrevistas com representantes do setor de proteína animal, mapeou pontos estratégicos que estarão em documento final entregue para o setor. A pesquisa segue para o setor de base florestal.
Um dos temas destacados na pesquisa é a geração de muitas oportunidades de trabalho para mulheres no setor. De acordo com o Observatório da Indústria, há cerca de 8 mil trabalhadoras atuantes em unidades frigoríficas de carne bovina. Dessas, aproximadamente 2,4 mil têm idades entre 30 e 39 anos. No total, somam 23,4 mil trabalhadores nas indústrias frigoríficas de bovinos em Mato Grosso, com predominância do gênero masculino, sendo 15,6 mil pessoas.
Foram apresentados pontos fortes de atuação das empresas frigoríficas do Estado, com destaque para a participação dos empresários em feiras para se promover e observar as tendências, com acesso aos principais mercados internacionais e bom posicionamento e reconhecimento das empresas exportadoras no mercado externo. A superintendente da Fiemt e IEL, Fernanda Campos, destacou outras boas práticas voltadas à qualificação de mão de obra, valorização dos funcionários que não faltam e que cumprem as metas, além de que alguns frigoríficos têm políticas de benefícios e incentivos à permanência de colaboradores nas empresas.
Em relação aos pontos fracos, pontuou-se a ausência de análise de concorrência, estudo de mercado e de planejamento de médio e longo prazo, elevada capacidade ociosa, além da inexistência de contrato na compra de matéria-prima, dificuldade em criar centro de exportação de miúdos para ganho de escala e de capturar mão de obra qualificada, entre outros.
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Foram apontados também oportunidades para as indústrias frigoríficas, como a disponibilidade de programas de incentivos fiscais, ampliação de parcerias com o Sistema Fiemt, como em ofertas de cursos oferecidos pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Em pautas já encabeçadas pela Fiemt, o Rota Industrial catalogou alguns riscos para o setor como a elevada carga tributária, precariedade das rodovias (principal modal), dificuldade em habilitar a planta para exportação para China e EUA e a necessidade de automatizar mais a linha de produção das indústrias, visto a escassez de mão de obra e a alta rotatividade de profissionais de nível fundamental/médio.
ROTA INDUSTRIAL – O programa tem caráter permanente e irá identificar os fatores de competitividade das indústrias em Mato Grosso, as estratégias de posicionamento da marca, produtos ou serviços adotados pelas indústrias, os desafios da cadeia de suprimentos, as políticas ambientais adotadas pelas indústrias, os principais instrumentos e incentivos de políticas públicas à indústria, entre outros assuntos.
O Rota Industrial, que alinhará com agendas intersetoriais (governo estadual, federal, associações, sindicatos, ONGs, as casas que compõe o Sistema S, entre outros) também identificará as necessidades de outros três setores: biocombustível, esmagadora soja e construção civil.
Os profissionais que compõem o projeto do Rota Industrial são pesquisadores, escolhidos por meio do Programa Inova Talentos, de iniciativa do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), que visa fomentar projetos de inovação em empresas e capacita jovens talentos.