Empresários e produtores rurais se reuniram, ontem, na sede da Cooperativa de Cotonicultores de Mato Grosso (Coopercotton), em Rondonópolis (210 km de Cuiabá), onde foi apresentado, pela União Nacional do Etanol de Milho (Unem), projeto de implantação de uma usina de etanol de milho, na região. O Município apresenta grande potencial para viabilização deste tipo de empreendimento, devido a sua localização estratégica de logística e demanda de consumo pelos insumos gerados do beneficiamento do milho.
A reunião foi viabilizada pelo assessor especial do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Ernesto Augustin, o Teti, que viu uma oportunidade de trazer um empreendimento industrial de grande porte deste segmento para a região. “Nós sugerimos esta reunião aqui em Rondonópolis, em razão de a região sul do Estado não ter ainda uma usina de etanol, e como conheço aqui a Coopercontton, que é muito bem organizada, onde inclusive sou associado. Nós temos aqui eucalipto, ferrovia, milho e organização, ou seja, temos tudo, então, o que tem que fazer é juntar as pontas e é isso que estamos fazendo aqui hoje, com a presença do Guilherme Nolasco, presidente da Unem, e agora vamos atrás das linhas de crédito do BNDES ou mesmo de investidores, em capitanear recursos para a construção de uma grande usina de etanol de milho aqui na região sul do Estado”, explicou.
A apresentação do projeto foi feita pelo presidente da Unem, Guilherme Nolasco, que falou sobre o crescimento rápido do setor no País nos últimos anos, destacando aos produtores rurais presentes a oportunidade de agregação de valor a sua produção primária de milho com a instalação de uma planta industrial de etanol e derivados trará para o sul de Mato Grosso. “Esta região tem grande disponibilidade de milho, e tem uma área também de floresta plantada de eucalipto que é muito importante e tem uma logística extremamente de custo reduzido por ter a ferrovia na porta e poder mandar os produtos da produção, como o etanol e farelo de milho via ferrovia, diminuindo este custo logístico. Uma região importante, para nós uma das mais estratégicas de Mato Grosso”.
O presidente da Coopercotton, Victor Griesang, explica que a chegada de uma usina de etanol de milho mudará o patamar da cultura na região e que a partir desta apresentação, a associação seguirá para estudos de viabilização do empreendimento. “Sem dúvidas um projeto grandioso, e que tem a somar muito à sociedade e com a economia do sul do Estado, e nós enxergamos com um grande potencial a instalação de uma usina de etanol de milho aqui. Agora vamos iniciar os estudos para identificar as oportunidades, as dificuldades e os pontos que temos de resolver”, detalhou.
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MUDANÇA – Um dos segmentos que serão impactados positivamente com a chegada da usina de etanol de milho é o da pecuária, e para o empresário Arlindo Vilela, poderá ser a saída para os pecuaristas amenizarem os reflexos da crise vivida pelo setor atualmente. “A pecuária está passando por um momento de transformação, e agora ainda mais com esta condição atual de preços é mais grave ainda esta mudança que está. E a saída da pecuária, a palavra de ordem é a intensificação, em manejo, sanidade, genética e principalmente em nutrição, e a estrutura da indústria do etanol, com um grande subproduto é o DDG, traz sinergia. O sistema produtivo, via DDG, vai encaixar como uma luva, vai não, já encaixou e vai ser”, finalizou.
NÚMEROS – Em Mato Grosso, segundo dados da Unem, são 11 unidades de usinas de etanol de milho, com mais cinco em fase de autorização e construção, e outras três sendo projetadas e programadas para construção.
No Brasil, as projeções indicam que a produção de milho deve chegar a 124,88 milhões de toneladas na safra 2022/23, já a produção de etanol de milho para o mesmo período é estimada em 4,39 milhões de m³ no país, segundo o Instituto Mato-Grossense De Economia Agropecuária (Imea). Os aportes de investimentos para a implantação de uma usina de etanol de milho variam de R$ 560 milhões a R$ 1,28 bilhão, de acordo com o tamanho do empreendimento.
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