A Páscoa é uma data celebrada mundialmente. Com significado originalmente religioso, possui símbolos tradicionais e ao longo dos séculos, foi ganhando maior importância econômica no comércio.
De acordo com o antigo testamento, a Páscoa foi criada para comemorar a liberdade do povo hebreu após um longo período de escravidão no Egito. Após o novo testamento, ganhou mais um significado: a celebração da ressurreição de Jesus Cristo.
Apesar de ainda carregar cunho religioso, a Páscoa nos dias atuais pode ser uma data para celebrar crenças religiosas, ou para quem não segue passar o dia com pessoas queridas.
O MT Econômico traz nesta matéria tanto os aspectos da tradição da Páscoa, como a análise econômica referente a esta data comemorativa.
Inflação da Páscoa
Nesse ano, a celebração será no último domingo de março (31) e contará com uma valorização comercial de mais de 40% nos produtos que compõem o almoço de Páscoa e da Sexta-Feira Santa.
Os números são do levantamento da empresa de dados para varejo e indústria Scanntech, que analisou 16 itens que estão na maioria das casas brasileiras no almoço de Páscoa.
Dos 16, destacam-se o azeite que está +41% mais caro, em seguida vem o bacalhau (+36%) e outros peixes em terceiro com alta de +15%. O chocolate também teve aumento geral de +8%.
Já os ovos de Páscoa, principal produto da data comemorativa, neste foi possível encontrar ovos de 333 gramas, custando até R$ 170 (cerca de 12% do salário mínimo), em uma loja de varejo. Outra rede do comércio, que viralizou na internet, oferece a opção de compra com o saque aniversário do FGTS.
O preço elevado dos ovos de Páscoa é refletido pelo aumento na cotação internacional do cacau na bolsa de valores de Nova York, que atualmente está custando US$ 6,5 mil a tonelada, sendo que há um ano atrás custava em média US$ 3 mil, isso repercute na precificação do chocolate no Brasil.
Quando analisado o preço dos 16 itens que compõem a cesta de alimentos da Páscoa, observa-se uma alta de 8,84% quando comparado o período de janeiro de 2023 versus janeiro de 2024. Esse número está muito acima da inflação de alimentos de 0,67% – no mesmo período, divulgada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Segundo dados da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), este ano deve haver um aumento do consumo pelas famílias brasileiras no período da Páscoa, conforme noticiado no início do mês pelo MT Econômico.
Páscoa no comércio
A Páscoa é a sexta data comemorativa mais relevante para o comércio. A expectativa é que este seja o quarto ano de maior venda na celebração, com exceção de 2020, devido à pandemia.
O comércio nacional espera um faturamento de R$ 3,44 bilhões em vendas relacionadas à Páscoa. Um crescimento 4,5% superior ao ano passado. Os dados são da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A pesquisa da CNC aponta que os preços dos produtos e serviços típicos estarão 5,2% mais caros este ano. Essa “inflação da Páscoa” é superior à inflação oficial acumulada no país em 12 meses, 4,5%.
Mas afinal, de onde vieram as tradições do feriado de Páscoa?
Conforme dito acima, a Páscoa carrega cunho religioso e muitas das tradições, apesar de alteradas ao longo dos séculos, ainda possuem uma referência a motivação original.
Não é possível falar do domingo de Páscoa sem mencionar a Sexta-Feira Santa, já que ambos estão correlacionados entre a morte e ressurreição de Cristo.
Durante 40 dias (Quaresma), os católicos não consomem carne vermelha em um ato de penitência e para encerrar essa jornada, durante a Sexta-Feira Santa o peixe se torna o prato principal.
O alimento possui destaque, já que muitos dos milagres bíblicos de Jesus estão atrelados ao peixe.
Já os ovos de Páscoa, por exemplo, representam o nascimento e a vida. Os povos antigos do Mediterrâneo tinham costume de cozinhar e pintar ovos e presentear entes queridos para celebrar o início da primavera.
Nos dias atuais alguns países ainda possuem essa tradição, mas aqui no Brasil, ela foi modificada por ovos de chocolate.