Pesquisa Industrial Mensal (PIM) Regional realizada pelo IBGE aponta que a produção industrial de Mato Grosso segue ritmo positivo, crescendo acima da média nacional. No acumulado de janeiro a maio deste ano, a produção mato-grossense cresceu 5,6% enquanto a nacional obteve evolução de 2,5%.
Na comparação anual, maio de 2023 ante maio de 2024, a produção local aumentou 2,3% e a nacional encolheu -1%.
A base da produção industrial de Mato Grosso segue sendo alicerçada pela fabricação de alimentos, cujo crescimento neste acumulado dos cinco primeiros meses do ano foi de 8,53%.
Conforme a pesquisa, na passagem de abril para maio, a produção industrial brasileira recuou 0,9%, com retração em nove dos 15 locais investigados. As maiores quedas foram registradas por Rio Grande do Sul (-26,2%) e Espírito Santo (-10,2%). Na comparação com maio de 2023, a indústria caiu 1% e as taxas negativas foram verificadas em sete dos 18 locais pesquisados. Já no acumulado em 12 meses houve alta de 1,3%, com 12 dos 18 locais analisados mostrando resultados positivos.
“É o segundo resultado negativo seguido da indústria, acumulando perda de 1,7% nesse período. Fatores macroeconômicos vêm impactando na produção industrial. Apesar da melhora do mercado de trabalho, com redução da taxa de desemprego, e do aumento do rendimento médio dos trabalhadores, os juros continuam em um patamar elevado. Isso leva a um encarecimento do crédito, atingindo diretamente a cadeia produtiva pelo lado da oferta, e afeta a renda disponível das famílias, retraindo o consumo. A inflação também influenciou”, explica Bernardo Almeida, analista da PIM Regional.
Espírito Santo ocupou o segundo lugar no ranking de maiores quedas na produção industrial (-10,2%.). Os setores extrativo e de metalurgia foram os maiores responsáveis pelo resultado negativo. O desempenho da indústria capixaba em maio eliminou o crescimento de 2,6% obtido no mês anterior e foi a taxa mais intensa desde julho de 2022, quando teve queda de 18,4%.
Maior parque industrial do país, São Paulo teve variação negativa de 0,2% na passagem de abril para maio. “Os setores de veículos automotores; e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos foram os que mais influenciaram o comportamento da indústria paulista. Esse resultado vem após o avanço de 1,9% no mês anterior e deixa a indústria do estado 1,6% acima do seu patamar pré-pandemia”, destaca Bernardo.
No lado das altas, Pará (12,6%) e Bahia (8,2%) registraram as taxas mais expressivas. Os setores extrativo e de alimentos foram os principais responsáveis pelo desempenho da indústria paraense. Assim, o Pará elimina grande parte do resultado negativo obtido em abril deste ano (-12,7%). É o crescimento mais significativo da indústria paraense desde setembro de 2023 (17,1%). Já a Bahia teve como destaques os setores de derivados do petróleo; produtos químicos; e alimentos. A indústria baiana voltou a crescer depois do recuo de 4,2% no mês anterior.
O setor industrial caiu 1,0% frente a maio do ano passado e, regionalmente, sete dos 18 locais pesquisados acompanharam o resultado negativo. Vale lembrar que maio de 2024 (21 dias) teve um dia útil a menos do que igual mês do ano anterior (22). O maior recuo foi registrado por Rio Grande do Sul (-22,7%). Espírito Santo (-6,4%), Mato Grosso do Sul (-5,5%), Amazonas (-5,0%), Minas Gerais (-5,0%), Paraná (-2,1%) e Pará (-1,1%) também tiveram quedas.
No sentido oposto, Rio Grande do Norte (25,8%) foi responsável pela alta mais intensa em maio. A explicação para esse desempenho vem das atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (óleo diesel), confecção de artigos do vestuário e acessórios (blusas, camisas e semelhantes de uso feminino e bermudas, jardineiras, shorts e calças de uso masculino) e produtos alimentícios (castanha de caju beneficiada, sorvetes e picolés e farinha de trigo).
Goiás (8,5%), Bahia (6,8%), Maranhão (6,8%), Santa Catarina (5,8%), Rio de Janeiro (5,0%), Pernambuco (3,5%), Região Nordeste (3,1%), Ceará (2,6%), Mato Grosso (2,3%) e São Paulo (0,7%) foram os outros locais que avançaram nesta comparação.