Os fundos de investimentos brasileiros captaram R$ 234,95 bilhões entre janeiro e junho deste ano, invertendo o elevado movimento de saques registrado no mesmo período de 2023, de acordo com o Mapa dos Fundos, levantamento elaborado pela plataforma de informações financeiras Comdinheiro/Nelogica. No ano passado, o mercado de fundo foi marcado por R$ 246,74 bilhões em retiradas, cenário alterado, desde o início deste ano, com a perspectiva de redução na taxa Selic e busca por segmentos futuros mais rentáveis.
Em termos de expansão geográfica do mercado, se destaca o Mato Grosso, que em junho de 2023 não sediava nenhum fundo e agora tem quatro fundos operados por dois gestores com CNPJ local. “Há bastante tempo contamos com uma riqueza muito forte na região, especialmente pelo agronegócio, porém muitas vezes o mercado de capitais ficava ainda um pouco deslocado pela falta de operadores locais olhando diretamente para esse público”, avalia o diretor de Nelogica para Comdinheiro, Filipe Ferreira.
“A captação em alta, no primeiro semestre de 2024, se deve ao elevado patamar dos juros neste semestre e a expectativa de queda da Selic, no início do ano. Isso levou os investidores a buscarem garantir seu nível de rentabilidade, direcionando os aportes a fundos de crédito”, completou.
Mesmo o Rio Grande do Sul, duramente afetado por enchente, contabilizou a captação de R$ 20,3 bilhões no primeiro semestre deste ano. O valor é 128% superior aos R$ 8,9 bilhões registrados entre janeiro e junho do ano passado. Aumentou neste período também o número de cotistas de fundos no Estado, alcançando 439,5 mil investimentos feitos neste mercado, alta de 6,7% em relação ao mesmo período de 2023. “Apesar da tragédia regional, o cenário de crise no Rio Grande do Sul não teve impacto negativo nos fluxos para fundos sediados na região, demonstrando a preservação na confiança das instituições financeiras locais”, avalia Ferreira.