A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) avaliou o impacto da eleição de Donald Trump para o agronegócio, especialmente para o mercado de arroz. Com a expectativa de um fortalecimento das políticas de apoio aos agricultores norte-americanos, como maior acesso a crédito e seguros agrícolas, o setor agropecuário dos EUA deve ganhar mais competitividade global, o que pode representar desafios ao arroz brasileiro, que já enfrenta altos custos de produção e restrições impostas por políticas internas e pressões externas.
Mato Grosso é o quarto maior produtor nacional do cereal, com previsão de totalizar 474 mil toneladas (t) na safra 2024/25, estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que se confirmada, registará avanço anual de 40% na produção de arroz no estado. Apesar da retomada do cultivo em lavoras mato-grossenses, Mato Grosso cedeu a terceira posição ao Tocantins, cuja estimativa é ofertar 767,8 mil t nesta nova temporada.
Os maiores produtores nacionais do cereal são, pela ordem, o Rio Grande do Sul, com previsão de 8,25 milhões t, seguido de Santa Catarina, com 1,20 milhão t.
No entanto, o novo cenário pode trazer oportunidades, especialmente na América Central e Caribe. A possibilidade de manutenção ou ampliação de embargos comerciais dos EUA contra países como Cuba e Nicarágua abre uma janela para o Brasil expandir sua presença nessas regiões. A Federarroz destaca o potencial para o arroz brasileiro consolidar-se em mercados como o México, que tem sido pouco expressivo na balança comercial brasileira do arroz. Essa abertura pode impulsionar as exportações brasileiras e auxiliar na recuperação de mercados essenciais para o setor.
Outro fator importante é o fortalecimento do dólar frente ao real, que pode alcançar valores acima de R$ 6,00. Isso favoreceria as exportações brasileiras de arroz, tornando o produto nacional mais competitivo em relação ao norte-americano. Atualmente, com o arroz dos EUA recém-colhido e o Brasil na entressafra, a diferença de preço entre os produtos dos dois países é de apenas US$ 1,00 por saca de 50 kg. Para o primeiro semestre de 2025, a Federarroz projeta um cenário de ampla oferta no Mercosul, com a colheita estimada em cerca de 16 milhões de toneladas, o que pode contribuir para fortalecer as exportações brasileiras.
Além disso, a intensificação da guerra comercial entre EUA e China, caso continue no novo mandato de Trump, pode beneficiar o Brasil, com a China ampliando suas importações de commodities brasileiras, inclusive arroz. (Redação com Agrolink)
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