Luiz Felipe Bazzo, CEO do Transferbank, destaca em sua análise semanal acerca do comportamento do mercado de câmbio, que depois de atingir recordes sucessivos, a cotação do dólar perdeu força. “Além das intervenções do Banco Central, a aprovação do pacote fiscal também contribui para o alívio da pressão cambial. O mercado considera positiva a aprovação do pacote fiscal na Câmara e Senado, mas persiste a insatisfação com a desidratação das medidas e vê necessidade de mais medidas de contenção de despesas para o cumprimento do arcabouço fiscal em 2025”.
O dólar à vista renovou o patamar recorde na segunda-feira (16), alcançando R$ 6,0942, em alta de 0,99%. A valorização aconteceu apesar de duas intervenções realizadas no câmbio: uma já programada desde sexta-feira, com oferta de US$ 3 bilhões, com compromisso de recompra (leilão à vista), e uma de linha, sem acordo para recomprar, no total de US$ 1,62 bilhão.
O dólar à vista encerrou a sessão bem perto da estabilidade, na terça-feira (17), depois de ter disparado mais cedo e atingido R$ 6,20 na máxima intradiária. O movimento do dia foi resultado de um alívio no prêmio de risco fiscal e de duas intervenções do Banco Central no mercado, totalizando uma injeção de quase US$ 3,30 bilhões. A valorização firme da moeda norte-americana refletiu tanto o mau humor dos agentes financeiros com a seara fiscal brasileira quanto a falta de liquidez comum do fim do ano. Pelo lado fiscal, comentários do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a votação de medidas de cortes de gastos ainda nesta terça, ajudaram a amenizar o tamanho do prêmio de risco embutido no câmbio. Já as intervenções do BC ajudaram a irrigar o mercado com dólares, em momento de escassez.
Nos últimos dias, tem sido comum ver o dólar renovar seus recordes nominais. Desde que o preço da moeda norte-americana passou dos R$ 6, só fez aumentar, chegando ao pico de R$ 6,27 na quarta-feira (18). Para além das implicações políticas e no mercado financeiro, o impacto de um dólar tão alto é, principalmente, no bolso do brasileiro. A moeda do Brasil é o real, mas quase tudo que é comercializado por aqui tem uma parcela de dólar envolvida.
O dólar iniciou a manhã da quinta-feira (19) cotado a R$ 6,25 após os últimos dias de alta e recorde histórico. Na parte da tarde, a moeda norte-americana estava cotada em R$ 6,13, no recorte feito antes das 15h (de Brasília). A cotação da moeda norte-americana já disparou 4,5% em dezembro. A alta fez o dólar saltar de R$ 6,0005 para R$ 6,2672 nos 18 primeiros dias do mês. No período, cinco dos 13 pregões resultaram na queda do valor da divisa ante o real. A decisão não unânime, as mudanças nas projeções econômicas, os comentários de Powell ao balanço de riscos inflacionários durante a entrevista coletiva e sua ressalva acerca das incertezas olhando à frente, indicam que devemos ver uma pausa nos cortes de juros na reunião de janeiro.
O dólar operava com baixa ante o real nesta sexta-feira (20), mas estava a caminho de fechar a semana em alta, com os investidores reagindo a nova intervenção no câmbio pelo Banco Central, enquanto digerem o avanço do pacote fiscal do governo no Congresso.
O Banco Central vendeu um total de 3 bilhões de dólares à vista em um novo leilão realizado na manhã desta sexta-feira, no que foi a sétima operação do tipo desde a semana passada e um dia após injetar 8 bilhões de dólares à vista no mercado de câmbio, informou a autarquia em comunicado. Às 15h44, o dólar à vista caía 1,18%, a R$ 6,050 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 1,17%, a 6.091 pontos. “Desde quinta-feira da semana passada, a autarquia já vendeu mais de 23,75 bilhões de dólares em uma série de intervenções no câmbio, incluindo vendas à vista e leilões de linha (dólares com compromisso de recompra) em meio à forte desvalorização da moeda brasileira em decorrência dos receios fiscais dos investidores”, completa.
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