O volume de serviços, em Mato Grosso, registrou a maior queda do Brasil em 2024, conforme dados divulgados ontem (12), pela Pesquisa Mensal de Serviços, do IBGE. No País, na outra ponta, houve expansão em relação a 2023, alta de 3,1%.
Nas atividades turísticas, o estado registrou outro tombo, -12,5%, atrás apenas do Rio Grande do Sul, cuja redução chegou a 14,9%, em razão das enchentes que pararam a economia gaúcha no ano passado.
Conforme o fechamento de 2024, em dezembro, na comparação com igual momento do ano passado, a retração é ainda maior: 22,9%. Na variação mensal – dezembro ante novembro – a queda é de 11%.
No Brasil, o setor recuou 0,5% em dezembro de 2024, segundo resultado negativo consecutivo, acumulando perda de 1,9% nos dois últimos meses do ano. Já na comparação com dezembro de 2023, o volume de serviços cresceu 2,4%, nono resultado positivo consecutivo. No acumulado de 2024, o setor fechou com alta de 3,1%, quarto ano seguido de crescimento.
Com o recuo de 0,5% no mês de dezembro, o setor de serviços se encontra 15,6% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica (outubro de 2024).
O gerente da PMS, Rodrigo Lobo, destaca que o resultado acumulado para 2024 completa o quarto ano consecutivo de taxas anuais positivas, algo que nunca havia ocorrido na série histórica, iniciada em 2012. “Isso dá um acumulado de crescimento entre 2021 e 2024 de 27,4%, mas cada ano traz uma história distinta”, pontua.
Em 2024, os serviços avançaram 3,1%, com quatro setores mostrando crescimento. Os destaques ficaram com serviços de informação e comunicação (6,2%) e profissionais, administrativos e complementares (6,2%). No primeiro ramo, destacaram-se telecomunicações e serviços de TI.
“Já em serviços profissionais, administrativos e complementares, os destaques ficaram com os avanços de receita vindos de agenciamento de espaços de publicidade, devido à propaganda nas plataformas digitais, atividades jurídicas, com aumento do recebimento de precatórios, e intermediação de negócios em geral por meio de aplicativos e plataformas de e-commerce”, explica o pesquisador.
Ele completa que, no campo negativo, o destaque foi para o setor de transportes, pressionado pela menor receita auferida pelo transporte rodoviário de cargas, visto que a menor safra em 2024 gerou menores fretes.
Ao fazer uma retrospectiva dos anos consecutivos de resultados positivos, o gerente da PMS lembra que, em 2021, ao crescer 10,9%, o setor de serviços recuperou integralmente a perda de 7,8% verificada em 2020 (ano mais crítico da pandemia da Covid-19). Todos os setores mostraram taxas positivas, com destaque para os avanços vindos do setor de transporte (15,2%) e de informação e comunicação (9,5%).
RECUO EM 17 DAS 27 UNIDADES DA FEDERAÇÃO – Regionalmente, frente a novembro, 17 das 27 unidades da federação assinalaram retração no volume de serviços em dezembro de 2024. Entre os locais que apontaram taxas negativas nesse mês, os impactos mais importantes vieram de São Paulo (-0,7%), Santa Catarina (-5,2%) e Mato Grosso (-11,8%), seguidos por Bahia (-2,6%) e Rio Grande do Sul (-1,5%).
Por outro lado, Rio de Janeiro (1,2%) exerceu a principal contribuição positiva do mês, seguido por Pernambuco (2,5%), Minas Gerais (0,6%) e Pará (3,3%).
Frente a dezembro de 2023, a expansão do volume de serviços no Brasil (2,4%) foi acompanhada por 20 das 27 unidades da federação. A contribuição positiva mais importante ficou com São Paulo (2,8%), seguido por Rio de Janeiro (6,7%), Minas Gerais (3,6%), Distrito Federal (5,7%) e Pernambuco (7,9%).
Em sentido oposto, Mato Grosso (-22,9%) e Rio Grande do Sul (-7,5%) lideraram as perdas do mês.
No acumulado de janeiro a dezembro de 2024, frente a igual período do ano anterior, o avanço do volume de serviços no Brasil (3,1%) se deu de forma disseminada entre os locais investigados, já que 21 das 27 unidades da federação também mostraram expansão na receita real de serviços. O principal impacto positivo em termos regionais ocorreu em São Paulo (4,5%), seguido por Rio de Janeiro (4,0%), Santa Catarina (6,1%), Paraná (3,6%) e Minas Gerais (2,0%).
Por outro lado, Rio Grande do Sul (-7,3%) e Mato Grosso (-10,2%) registraram as influências negativas mais importantes sobre o índice nacional.
Clique aqui e entre no grupo de notícias do MT Econômico e fique por dentro de informações relevantes