Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurado pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) mostra um número maior de devedores, em nível nacional, de agosto de 2016 (58,0%) para (58,2%) em setembro do mesmo ano. Na capital mato-grossense, o índice de endividamento subiu de 60,7% em agosto, para 61,3% em setembro (aumento de 0,6%).
Essa pesquisa que mede o endividamento do consumidor registrou aumento da inadimplência no país e também em Cuiabá no mês de setembro de 2016.
A boa notícia é que, em relação ao mesmo período do ano passado, os níveis têm caído, tanto nacional quanto na capital do Estado, apresentando melhora ainda considerada tímida. A Federação do Comércio de Mato Grosso (Fecomércio-MT), responsável por divulgar os dados de Cuiabá, mostra queda de 8,5% dos endividados no lapso de um ano, quando o índice marcava 69,8% em setembro de 2015.
Subitens da Peic
A Federação mostra ainda quais os principais tipos de dívidas que o consumidor possui neste momento. Em primeiro está o cartão de crédito, com 64,1% do total de endividados, seguidos pelos carnês (30,2%) e financiamento de carro (13,9), respectivamente.
Na tabela que mostra a parcela da renda comprometida, a pesquisa revela que mais da metade dos endividados (54,4%) possuem dívidas que comprometem de 11% a 50% da renda, já para 18,5% dos endividados, a renda comprometida é de mais de 50%, os outros15,8% dos endividados tem até 10% renda comprometida.
Já para o tempo de comprometimento com as dívidas, ou seja, o tempo que o consumidor leva pagando parcelas, segundo a pesquisa, a maioria dos endividados (29,9%), fica mais de um ano para terminar de pagar. Já para (26,1%), o tempo com a renda comprometida com parcelas é de três e seis meses e para (25,6%), até três meses.
Para o superintendente da Fecomércio-MT, Evaldo Silva, a variação mês a mês sofre bastante influência de outros fatores e da sazonalidade. Em relação a variação anual, essa diminuição de endividados reflete o corte de créditos, ou seja, os bancos estão mais restritos a fornecer crédito ao consumidor e também em relação a renda das famílias, que vimos recentemente uma onda de demissões em todo país.
Outra observação feita por Evaldo foi em relação à economia doméstica do brasileiro comparado ao consumidor de países desenvolvidos. “Nós observamos uma coisa, em países desenvolvidos, o crédito é usado para aquisição de bens duráveis e investimentos. Já o brasileiro faz conta para comprar bens não duráveis. O setor empresarial precisa estimular a compra à vista, concedendo descontos para esse tipo de venda. Esse estímulo faz com que a população gaste de maneira consciente e evita a compra no crédito, pelo fato do custo ser muito alto”, completou.