Com produção ociosa em 50%, a bacia leiteira de Mato Grosso, que engloba cooperativas e associações de produtores de leite, ganhará um programa de expansão do setor. Os produtores têm até 15 dias para desenharem um projeto que estimulem a fabricação de leite do estado. A medida foi definida nesta semana, no Palácio Paiaguás.
Durante reunião, foi levantada a necessidade de se reduzir a ociosidade dos laticínios do estado, que hoje chega a 50% da capacidade, conforme dados do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Mato Grosso (Sindilat). A atividade é majoritariamente conduzida por agricultores familiares.
“Nossa produção diária é de 4,02 litros de leite por vaca ordenhada. Queremos, enquanto Governo do Estado, saber lá da ponta, consultando os envolvidos nesse processo produtivo, como podemos dobrar essa produtividade”, pontuou o governador Mauro Mendes (DEM).
Ao identificar as dificuldades que a bacia leiteira enfrenta para poder expandir, o governo do estado vai definir ações que cada segmento deverá adotar para colocar o programa em ação.
Uma das possibilidades levantadas foi a do estado viabilizar subsídios para que o produtor de leite possa ter acesso a linhas de crédito facilitadas, para que possam investir na compra de animais, expansão da propriedade ou aquisição de tecnologias que o ajudem no trabalho diário.01
“O fundo garantidor que pode dar esse suporte a bacia leiteira está pronto, estamos regulamentando ele na Sefaz e queremos o quanto antes deixá-lo pronto”, disse Mendes.
Outra alternativa foi apresentada pelo presidente da Cooperativa Mista Ouro Verde (Comov) de Alta Floresta, Antônio Favarin. De acordo com ele, uma das ações que podem entrar no programa é encontrar formas de reduzir os custos de produção de leite.
“Hoje pagamos caro para alimentar a vaca. O preço da ração ano passado custava R$ 0,80 centavos o quilo. Hoje essa mesma quantidade está custando R$ 2. Mais que dobrou em menos de um ano”, explicou Favarin.
Atualmente, Mato Grosso ocupa o 11ª lugar no ranking nacional na produção de leite. Do ponto de visa do presidente da Sindlat, Leonir Chaves, o estado pode melhorar essa posição.
“Mato Grosso hoje já é autossuficiente na produção do leite, e chega a exportar produtos derivados como mozarela, soro e leite em pó. Mas isso pode melhorar. Temos indústrias ociosas precisando de matéria-prima, que com uma ação enérgica de todos os lados, podem expandir mais sua produção, gerar mais empregos e, consequentemente, maior retorno financeiro ao Estado”, pontuou o representante da Sindilat.
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