A 13ª estimativa da safra 2021/22 para o algodão mato-grossense aponta para uma retração de 1,38% entre o projetado e o consolidado no mês passado. Apesar do ajuste, a oferta da pluma supera o realizado no ciclo anterior, como apontam dados atualizados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Na atualização mensal a produção da fibra passou de 1,83 milhão de toneladas (t) em outubro para 1,81 milhão t em novembro.
“Com mais de 90% da produção de algodão em caroço da safra 2021/22 já beneficiada em Mato Grosso, o levantamento realizado pelo Imea mostra que as condições climáticas contribuíram para o menor rendimento das lavouras”.
Conforme os analistas, mesmo com mais de 75% dos talhões semeados dentro das condições consideradas ideais para o algodão no ciclo 2021/22, a estiagem registrada em abril deste ano e que se estendeu até maio, em conjunto com alguns pontos de geadas observados em meados de junho, impactou no rendimento do algodão em várias regiões do Estado, principalmente, na oeste que abrange 33,65% da área total do Estado e, consequentemente, é a maior produtora do algodão mato-grossense.
“Com a área firmada em 1,18 milhão de hectares, 22,41% superior ao que foi observado na safra passada e a consolidação da produtividade neste relatório, a produção para a safra 2021/22 ficou projetada em 4,38 milhões de toneladas de algodão em caroço e 1,81 milhão de toneladas de pluma, 9,26% e 8,56% superior ao que foi registrado na safra 2020/21, na respectiva ordem, pautado pelo incremento da área destinada à cultura do algodão nessa temporada”, explicam os analistas.
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A produtividade média do algodão em caroço ficou consolidada em 247,86 @/ha, recuo de 1,39% ante ao relatório passado e 10,74% menor quando comparado ao rendimento da safra 2020/21, sendo a menor produtividade dos últimos cinco anos. “Esse cenário foi puxado, principalmente, pelas regiões oeste e nordeste, as mais afetadas pelas adversidades climáticas durante o ciclo no Estado, exibindo um rendimento médio de 228,28 @/ha e 239,74 @/ha, respectivamente”.
COMERCIALIZAÇÃO – De acordo com o Imea, a comercialização da pluma da safra 2021/22 avançou apenas 0,98 p.p. em outubro ante setembro, alcançando 84,26% da produção do ciclo. Esse menor avanço observado no comparativo mensal foi pautado pela desvalorização expressiva no preço da pluma no último mês, como explicam os analistas.
O impacto registrado na qualidade da fibra, devido às adversidades climáticas que afetaram grande parte das lavouras mato-grossenses, desmotivou a realização de novos negócios no Estado.
Em relação à safra 2022/23, as negociações avançaram apenas 1,49 ponto percentual (p.p.) no comparativo mensal e atingiu 50,51% da produção estimada para o ciclo, a qual ficou pela primeira vez, desde o início da comercialização, atrás do mesmo período da safra 2021/22. Esse cenário foi reflexo da desvalorização no contrato de dezembro/23 na bolsa de Nova York (NYCE), que pressionou as cotações da pluma e limitou novas vendas.
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