Após os desastres climáticos enfrentados pelo Rio Grande do Sul, maior produtor nacional do cereal, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o governo federal poderá importar até um milhão de toneladas de arroz para manter o preço do produto estável no mercado interno, o que equivale a um bilhão de quilos do grão.
Para a safra 2023/24 do cereal, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), são esperadas 7,47 milhões de toneladas (t) de arroz no Rio Grande do Sul, sendo responsável por 70% da oferta nacional.
Conforme a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), o estado gaúcho já colheu pelo menos 83% da produção e afirma que o volume já disponível “garante abastecimento do mercado interno”.
Mato Grosso, que no início dos anos 2000 chegou a ser o terceiro maior produtor de arroz do Brasil, segue liderando a oferta no Centro-Oeste, porém, ocupa atualmente a quarta posição nacional com estimativa de safra neste ciclo de 334,4 mil t, o que se confirmado, será 20% maior que a colheita passada com 277 mil t.
Lideram o ranking nacional da produção o Rio Grande do Sul, seguido por Santa Catarina com 1,13 milhão t e Tocantins com previsão de outras 560 mil t.
Pelos números do ministro, cerca de 1,6 milhão t ainda não foi colhida dos campos. “A grande dificuldade é a estrutura logística, tirar do Rio Grande do Sul e levar aos centros consumidores. Queremos evitar alta exacerbada. Se a gente for rápido na importação, não tem esse estágio. Por isso que já é arroz descascado e empacotado”, afirmou o ministro.
Segundo ele, a compra do arroz depende da aprovação do decreto legislativo de calamidade no Congresso Nacional e de uma medida provisória do governo abrindo crédito extraordinário. Dessa forma, a Conab teria acesso aos recursos necessários para a compra.
Fávaro acredita que maior parte desse produto seria oriundo de países membros do Mercosul, como Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia, por apresentarem menores custos, justamente por serem membros do bloco e também por estarem mais próximos do Brasil.