O produtor rural Elton Hammer opta pela soja convencional em metade da área de sua fazenda em Gaúcha do Norte (MT). Há pelo menos cinco anos, a variedade escolhida é a Monsoy 8866, cultivar já conhecida pelos agricultores desde a década de 1990. “Na área que faço integração lavoura-pecuária, onde não há safrinha, não abro mão desta variedade que trouxe produtividade de até 75 sacas por hectare”, conta Hammer, que é conselheiro da Associação dos Produtores de Sementes de MT (Aprosmat), associada do Instituto Soja Livre.
A Monsoy 8866 é uma das variedades que o Instituto Soja Livre apresentará durante o Dia de Negócios e Tecnologias (Dinetec), em Canarana (MT), de hoje até o dia 13. O tradicional evento da região leste de Mato Grosso reúne produtores rurais e empresas do agronegócio para mostra de novas tecnologias no campo e troca de experiências.
Além dessa, serão apresentadas mais 11 cultivares convencionais dos obtentores Embrapa, TMG, Braveza, Soy e UFV. Duas serão comercializadas pelo primeiro ano para o agricultor, a BRS 7582 e a BRS 7781, com elevada produtividade em áreas experimentais.
A BRSMG 534 também estreará em larga escala nas lavouras de Mato Grosso. É uma variedade de ciclo precoce, tem tolerância à ferrugem asiática e ao nematoide de galhas e boa produtividade. “Temos uma grande expectativa, pois no primeiro ano ainda em áreas restritas, a produtividade alcançada foi acima de 100 sacas por hectare”, conta Odilon Lemos, pesquisador da Embrapa e diretor técnico do Instituto Soja Livre.
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As variedades BRS 8381 e BRS 8581 estarão também na área do ISL no Dinetec. De ciclo mais longo, são bastante adequadas para Mato Grosso e trazem estabilidade de produção.
“Estão há algum tempo no mercado e todo ano a procura é grande por apresentar excelente potencial produtivo e ser tolerando à nematoide Meloidogyne javanica e nematoide de galha”, explica Lemos. Outra característica importante é que a variedade BRS 8381 tem tolerância à tecnologia STS (grupo das sulfoniuréias) à aplicação de chlorimuron (herbicida).
O gerente de Insumos da Caramuru, Marcos Antônio Borges de Melo, explica que a empresa apresentará com exclusividade a UFV 77C10, precoce e de alto potencial produtivo, e B75C22 Braveza, também de ciclo precoce, tolerando ao nematoide de cisto raça 3 e altamente produtiva.
“Além dos motivos como precocidade, estabilidade, produtividade, o produtor rural deve observar, ao investir em soja convencional, os prêmios pagos pelo mercado que são diferencial, principalmente por causa do aumento dos custos de produção da soja e à diminuição da rentabilidade”, afirma Marcos.
Outra cultivar é a MG/BR 46 Conquista, que é desenvolvida pela Embrapa e permite a safrinha de algodão ou milho. “Ela tem uma característica importante que é a resistência ao nematoide de galha, da raça javanica, que é mais comum, e é muito produtiva”, explica Elton Hammer.