O 3º levantamento das intenções de confinamento de bovinos realizado em outubro, pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) consolidou o cenário da atividade no estado, a perspectiva é que ao longo de 2023 sejam confinados 555,18 mil bovinos, redução de 10,22% em relação ao volume levantado em julho. O volume é 21,17% menor quando comparado com as 704,26 mil cabeças confinadas pelos informantes em 2022.
Como explicam os analistas do Imea, esse movimento foi influenciado pela redução na margem de lucro do confinamento em relação aos anos anteriores, devido à desvalorização no preço do boi gordo. “O preço do boi gordo ainda é o principal fator de preocupação na tomada de decisão entre pecuaristas e lideranças do setor, sendo apontado por 51,28% dos participantes do levantamento”.
O custo da diária confinada (alimentar + operacional) não teve grandes alterações em relação ao último levantamento, de modo que a média do estado ficou em R$ 14,48/cabeça/dia.
Há ainda, a previsão de entrega dos bovinos confinados para as indústrias que deve se concentrar no 2º semestre do ano, com 79,93% dos animais terminados enviados para abate neste período.
O maior volume de bovinos engordados em confinamento deve ser abatido no 4º trimestre desse ano, com 42,59% do total de animais previstos para terminação em confinamento em 2023.
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As regiões sudeste, com pouco mais de 121,21 mil cabeças, e a centro-sul com 118 mil, continuam com os maiores rebanhos de bovinos confinados
Diante disso, em outubro, o percentual de confinadores que utilizaram mecanismos de proteção de preços, em Mato Grosso, foi o maior desde o início do acompanhamento das intenções de confinamento pelo Imea, em 2008. Assim, 44,48% dos pecuaristas aderiram à alguma ferramenta de trava de preços, no qual a negociação a termo (realizada diariamente entre pecuarista e frigorífico) foi a principal forma utilizada, com 26,15% de adesão pelos entrevistados, ao passo que a B3, foi utilizada por 18,33%, em outubro.
“A intensa pressão nos preços do boi gordo ao longo de 2023 ressaltou ainda mais a importância do planejamento estratégico das operações nas propriedades. Mecanismos de gestão de risco como as ferramentas de trava de preços, permitem que o pecuarista se proteja das flutuações do mercado pecuário”.