Dados do Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apontam que nas primeiras semanas de março, os cultivos de verão das regiões Norte, Centro-Oeste, Sul e parte das regiões Nordeste e Sudeste foram beneficiados por bons volumes de chuva, embora o excesso de precipitações tenha reduzido o ritmo das operações de colheita em algumas regiões.
No Centro-Oeste, as chuvas foram mais intensas no médio-norte de Mato Grosso, onde a colheita da soja já foi concluída. Em toda a região, as chuvas contribuíram para a elevação do armazenamento hídrico no solo e o desenvolvimento do algodão e do milho segunda safra.
Em relação à soja, em Mato Grosso, o Boletim frisa que restam menos de 2% da área plantada para ser colhida. As chuvas que ocorreram na semana passada prejudicaram o andamento da colheita, porém, não afetaram significativamente a qualidade dos grãos.
Sobre o ritmo do milho segunda safra, a semeadura está praticamente finalizada. As lavouras implantadas apresentam um bom desenvolvimento vegetativo e boas condições fitossanitárias. As chuvas bem distribuídas aliadas às temperaturas ideias à cultura têm propiciado perspectivas animadoras no tocante à produtividade esperada para essa safra.
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O algodão também está com a semeadura finalizada. As lavouras de primeira safra estão na fase de formação de maçãs, enquanto as de segunda safra, em sua maioria, estão em floração e início de formação de maças. As condições climáticas são favoráveis ao desenvolvimento das lavouras.
BRASIL – Segundo o estudo, a semeadura e o desenvolvimento do milho segunda safra também têm ocorrido sob condições favoráveis de clima. Menores volumes pluviais foram observados no sudoeste do Piauí e no oeste da Bahia, porém as quantidades foram bem distribuídas e suficientes para a manutenção da umidade no solo.
A média diária do armazenamento hídrico no solo durante os primeiros 21 dias de março ficou acima de 60% em praticamente todas as regiões produtoras do país, com exceção de parte de Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
As análises do Boletim indicam que em Minas Gerais, o baixo índice pluviométrico tem reduzido a umidade do solo e restringido a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de segunda safra em algumas áreas. Já na região Sul do país, as chuvas contribuíram com a recuperação do armazenamento hídrico no solo e as lavouras em estádios reprodutivos.
Segundo o estudo da Companhia, o comportamento do Índice de Vegetação (IV) expressa o bom desempenho da primeira safra nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e na região do Matopiba. Em razão do longo período de estiagem nos meses anteriores, o Índice da safra atual se apresentou inferior às safras anteriores nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Apesar da sua recuperação nas últimas semanas, a expectativa é de redução na produtividade, aponta o estudo.
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