Com o terceiro melhor ritmo de plantio da história, Mato Grosso deve apresentar um crescimento de mais de 400 mil hectares na área plantada de milho segunda safra, contribuindo, assim, para que a área no Brasil seja mantida nos mesmos 16,7 milhões de hectares da temporada passada. Segundo projeção da Agroconsult, organizadora do Rally da Safra, o Estado registra uma safra já consolidada em razão da boa distribuição de chuvas ao longo dos meses de março e abril, podendo superar, pela primeira vez, a marca de 50 milhões de toneladas, contra 42,7 milhões de toneladas na safra anterior.
A produtividade deve ser recorde e alcançar 116 sacas por hectare, contra 104,5 sacas na safra passada. A colheita do cereal já começou em meados de maio e deve atingir pico em meados em meados de junho.
Nesse cenário, quatros equipes do Rally estarão em campo num momento importante da safra, verificando toda a expressão do potencial mato-grossense, onde o clima e tecnologia favorecem recordes de produtividade. “Os produtores mantêm boas as expectativas e há um viés de alta para a produtividade”, afirma André Debastiani, coordenador do Rally da Safra.
Boa parte do desempenho atual da segunda safra de milho no País se deve a Mato Grosso, segundo Debastiani. A Agroconsult estima a produção brasileira da segunda safra de milho em 102,4 milhões de toneladas, com aumento de 11% em relação à safra passada.
As duas primeiras equipes técnicas da etapa milho avaliaram as lavouras entre 21 e 28 de maio no médio norte e no oeste de Mato Grosso, passando pelas regiões de Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Tapurah, Sorriso, Sinop, Campo Novo do Parecis e Sapezal. De 29 de maio ao início de junho, outras duas equipes percorrerão o sudeste e leste de Mato Grosso, chegando, na sequencia, ao norte de Mato Grosso do Sul e ao sudoeste de Goiás. As duas últimas equipes viajarão no final de junho pelo sul do Mato Grosso do Sul e oeste do Paraná.
Leia também: Começa colheita de milho safrinha em Mato Grosso
Já a produção do milho primeira safra é projetada em 29,9 milhões de toneladas, 15% acima da safra anterior, em uma área plantada de 5,3 milhões de hectares (queda de 3%). Com isso, o Brasil deverá colher 132,3 milhões de toneladas nesta temporada. “Uma vez consolidada essa produção recorde, passaremos a ter dois grandes desafios pela frente. O primeiro é dar destino interno a essa produção. A Agroconsult estima, atualmente, o consumo de milho em 80,4 milhões de toneladas, 8,2% acima da safra passada. Temos um bom momento do mercado de carnes que, com a queda de preços do milho, passa a ter melhores condições de adquirir o produto. E há também incremento na produção de etanol de milho, que já soma 13,6 milhões de toneladas”, diz o coordenador do Rally.
O segundo desafio será o logístico, tanto para exportar 54,1 milhões de toneladas, conforme estimativas da Agroconsult, como também para armazenar toda a produção, especialmente no segundo semestre: com os armazéns repletos de soja, o milho será armazenado a céu aberto. E com o volume recorde também de exportação de soja, de farelo de soja e de açúcar, o sistema portuário brasileiro será colocado em teste.