Mato Grosso deverá produzir neste ano mais de 4,34 bilhões de litros de etanol, considerando o hidratado e o anidro e as duas fontes de matérias-primas: cana e milho. O volume, que em termos de produção é o terceiro maior do Brasil, deverá ser único com projeção de avanço anual entre os maiores produtores nacionais, 8,9%. Pela ordem, São Paulo com estimativa de 11,94 bilhões de litros e Goiás com 5,17 bilhões, devem recuar a oferta em 10,1% e 2,5%, respectivamente.
Os dados foram apresentados ontem e fazem parte da primeira estimativa da safra de cana-de-açúcar 2022/23, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Chama à atenção a força do milho como matéria-prima na produção de etanol.
Dos mais de 4,34 bilhões de litros que deverão ser ofertados por Mato Grosso, 3,35 bilhões – ou 77% do total – terão como fonte primária, o cereal. Se o Estado é o terceiro produtor de biocombustível do Brasil, se torna líder quando se contabiliza apenas a produção a partir do milho. Considerando apenas o etanol de milho, o volume produzido no Estado deve crescer 12% em relação à safra passada, 2021/22.
Ainda conforme os dados da Conab, a oferta anual de etanol deverá crescer 8,9% no Estado, considerando a produção anterior, em 3,99 bilhões de litros, frente à projeção atual em 4,34 bilhões de litros.
Com relação à safra de cana-de-açúcar, Mato Grosso deve confirmar uma área plantada de 197 mil hectares, 0,9% maior sobre a safra passada, e produção de 15,58 milhões de toneladas de cana, crescimento anual de 1,9%.
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Mais uma vez, a safra mato-grossense mantém seu caráter ‘alcooleiro’ em detrimento ao ‘açucareiro’. A relação de destinação de cana para produção de um e outro deve se consolidar entre 75% e 22%, respectivamente. Ainda que a maior parte da cana seja transformada em combustível, a produção de açúcar deve crescer quase 17% neste ciclo, ante 2021, passando de 3,38 milhões de toneladas para 3,85 milhões.
BRASIL – A estimativa indica que o Brasil deve produzir 596,1 milhões de toneladas, um aumento de 1,9% em relação à safra anterior. De acordo com o estudo da Companhia, a área de colheita da cana deverá cair 1,3% devido à forte concorrência com outras culturas, chegando a 8,2 milhões de hectares, mas há expectativa de recuperação da produtividade em 3,2%, resultado de um clima mais favorável que o ocorrido no último ciclo.
“A safra que se iniciou neste mês de abril só será encerrada em março de 2023, por isso o levantamento aponta para uma estimativa de produção”, explica o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen. “Além dos canaviais estarem a céu aberto, sujeitos às intempéries climáticas, o mercado é dinâmico e pode mudar inesperadamente. Caso a previsão se mantenha, o Brasil deve continuar na posição de maior produtor de açúcar do mundo nesta safra, lidando simultaneamente com o desafio de produzir mais biocombustível”.
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