Com a projeção de colher mais milho do que soja nesta safra, a 2021/22, o cereal vai confirmando seu protagonismo no maior celeiro agrícola do País: Mato Grosso. A cultura é a que tem a maior expansão no Estado, devendo ampliar a oferta em mais de 20% na comparação anual. O otimismo é nutrido pelas condições climáticas, que até o momento, favorecem a soja e abrem um leque de plantio tranqüilo para a segunda safra.
Mato Grosso, maior produtor nacional de grãos e fibras, se manterá líder, aumentando a oferta em mais de 12%, registrando novo recorde com projeção de 81,90 milhões de toneladas.
Se o clima deve ser o principal adubo do crescimento da safra mato-grossense, a produtividade é o maior destaque da atual temporada. Enquanto a área plantada aumenta 5,3% – de 17,90 milhões de hectares apara 18,84 milhões – a produtividade geral de Mato Grosso deve aumentar em 6,5%, resultando numa produção 12% maior em relação à temporada passada. Esses e outros dados foram atualizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por meio da 3ª estimativa de safra.
O levantamento mostra que o milho deve atingir mais um recorde, 39,50 milhões de toneladas (t), volume que se confirmado registrará alta anual de 20,4% sobre o saldo anterior de 32,80 milhões t. Em área, também há indicação de novo recorde, com a superfície cultivada chegando a 6,27 milhões de hectares (ha) , alta de 8%.
A soja tem previsão de fechar a safra com 38,32 milhões t, o que se confirmar, será 4,9% superior as mais de 36,52 milhões t da safra 2020/21. Em área, a cultura atinge mais um recorde, expansão de 4%, chegando a 10,89 milhões ha.
O algodão, que fecha o ‘top 3’ das culturas mais importantes do Estado, deve registrar crescimento de 10,2% e de 12,3% em área e produção, respectivamente. Em tamanho, devem ser cultivados 1,05 milhão de hectares e a oferta de pluma deve chegar a 1,81 milhões t.
BRASIL – A safra nacional pode chegar a 291,1 milhões de toneladas na temporada 2021/22. Caso se confirme a previsão, o volume a ser colhido será superior em 38,3 milhões de toneladas, se comparado com o ciclo anterior, o que representa um incremento de 15,1%.
De acordo com a 3ª estimativa da safra realizada pela Companhia, em novembro deste ano, foi registrado grande volume de chuva, chegando a ultrapassar a média em diversas localidades, principalmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e no Matopiba, o que favorece o desenvolvimento das culturas de 1ª safra. No entanto, no Sul do país, a chuva registrada não foi suficiente para atingir a média em grande parte da região.
Soja e milho seguem como os dois principais produtos que puxam o bom resultado. Para a oleaginosa é esperada uma ampliação de 3,7% na área a ser semeada, chegando a 40,3 milhões de hectares. A produtividade tende a se manter próxima à obtida na safra anterior, estimada atualmente em 3.539 kg/ha. Com isso, é esperada uma colheita de 142,8 milhões de toneladas, desempenho que mantém o país como o maior produtor mundial de soja.
No caso do milho, a expectativa de crescimento é de 34,6% na produção total, com um volume previsto em 117,2 milhões de toneladas. O alto percentual reflete a recuperação nas produtividades, principalmente da segunda safra do cereal, que foi impactada negativamente no ciclo 2020/21 pelas adversidades climáticas registradas.
Expectativa de crescimento também na área de plantio do algodão. A previsão é que o cultivo ocorra em uma área de 1,49 milhão de hectares, resultando em um aumento da produção. Apenas para a colheita da pluma da fibra é esperado um aumento de 10,7% em comparação à safra 2020/21, chegando a 2,6 milhões de toneladas.
O crescimento da produção acompanha a elevação da área plantada. Segundo a estatal, os agricultores brasileiros destinarão cerca de 72 milhões de hectares para o plantio dos grãos, incluindo culturas de 1ª, 2ª e 3ª safras, aumento de 4,3% sobre o período 2020/21.